Entrou em vigor neste mês de janeiro a Resolução nº 984/2022, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que regulamenta a implantação no Brasil do sistema de cobrança de pedágio conhecido como Free Flow.
A tecnologia é semelhante àquela vista em rodovias da Europa e do Chile. No Free Flow, a cobrança de pedágio deixa de ser feita nas praças e passa a acontecer de maneira eletrônica, sem a necessidade do condutor parar ou reduzir a velocidade.
O Governo do Estado de São Paulo, por meio da ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo e da concessionária Ecopistas, estão desenvolvendo o projeto piloto do primeiro pedágio free flow do Brasil, localizado na rodovia Ayrton Senna. Nessa primeira fase, estão sendo realizados testes de performance do equipamento para captação de imagens que permitem a identificação do tamanho, categorias e quantidades de eixos dos veículos que transitam pelo trecho – ainda sem a cobrança aos usuários via sistema. Técnicos da Agência analisam os dados captados do teste no pórtico, instalado no final de 2021 no km 31,5 da SP-070, e preparam um estudo.
O projeto piloto serve de base para as próximas etapas de expansão do uso destes equipamentos no Estado de São Paulo – inclusive, no trecho do Rodoanel Norte, pioneiro no Brasil na cobrança de pedágio exclusivamente por essa modalidade. No caso da Ayrton Senna, enquanto o projeto piloto está em funcionamento, o pagamento da tarifa para quem usa esse trecho da rodovia continuará sendo realizado na praça de pedágio localizada mais à frente, no km 32.
A implementação do sistema de pagamento free flow na Ayrton Senna é uma iniciativa conjunta do Governo do Estado de São Paulo com a concessionária Ecopistas, com objetivo de oferecer aos motoristas o benefício da tarifa proporcional ao trajeto percorrido. O sistema também vai melhorar a fluidez do trânsito nas rodovias e, consequentemente, aumentará a segurança viária dos usuários
“Este projeto piloto é o pontapé inicial para implantarmos o free flow no Estado de SP, uma forma de termos justiça tarifária nas rodovias, já que os motoristas pagam pela distância percorrida”, afirma o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, que, em 2020, criou o Laboratório de Rodovias Inteligentes, com o objetivo de levar mais tecnologia às estradas paulistas.
Como funciona o sistema free flow
O sistema é composto por pórticos, posicionados em diferentes pontos da rodovia, equipados com câmeras especiais, sensores e antenas, capazes de operar mesmo em condições adversas de visibilidade.
Quando o veículo passa pelo pórtico, as câmeras com tecnologia OCR (Optical Character Recognition), que permite o reconhecimento óptico de caracteres, fazem a leitura das imagens frontais e traseiras das placas. Um scanner a laser faz a identificação e o dimensionamento dos veículos em tempo real, capturando as características como altura, largura, comprimento, trajeto e velocidade de carros, motos, ônibus, etc. As antenas de identificação de TAGs e as câmeras de monitoramento complementam as informações, que são enviadas para um sistema central, responsável por receber e processar todos os dados e, por fim, calcular a tarifa de pedágio de acordo com a distância percorrida.