Após uma trégua de dois dias, a chuva retorna ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (16) para fazer companhia ao frio. O amanhecer em Porto Alegre deve ter mínimas de 3ºC no Sul da cidade. Já em regiões do Estado como a Campanha e a Fronteira-Oeste, os termômetros podem marcar zero grau, conforme previsão da empresa Metsul Meteorologia.
O sol chega a aparecer com nuvens em diversas regiões, mas o tempo se instabiliza com a precipitação pluviométrica, já de manhã em setores da Metade Norte do mapa gaúcho. Na virada da tarde para a noite, a chuva atinge mais áreas do Centro para o Norte gaúcho.
Já no Oeste e no Sul, o tempo deve permanecer firme até sexta-feira (17). Na Metade Norte, por sua vez, o tempo segue instável, com chuva na sexta-feira, oscilando de moderada a forte em alguns pontos. Em setores do Norte e do Nordeste gaúchos os volumes pode atingir 100 milímetros em diversas cidades, especialmente da Serra, somando-se os dois dias.
Os volumes devem provocar uma nova alta de menor proporção dos rios com nascentes na Serra, mas um segundo repique de cheia não será significativo como o do começo desta semana. A maior preocupação é com o risco de deslizamentos na Serra, uma vez que o solo continua saturado e instável.
Resumo da quarta-feira
Nas áreas afetadas ainda por enchentes, como nos Vales e cidades da Região Metropolitana, as marcas ficaram abaixo dos 10ºC. Fez 5,3ºC em Viamão; 5,7ºC em Novo Hamburgo; 6,9ºC em Gravataí, 7,2ºC em Campo Bom; 7,9ºC em Nova Santa Rita, e 8,7ºC em São Leopoldo.
Em Porto Alegre, mínimas de 4,4ºC no Lami; 6,4ºC em Belém Novo; e 7,2ºC no Jardim Botânico. Em Pelotas, sofrendo com inundações, a mínima caiu a 6,2ºC. No Vale do Taquari, ainda se recuperando das cheias, fez entre 4ºC e 6ºC na maioria dos municípios.
Enchente de Porto Alegre
Um texto publicado no site metsul.com analisa a situação da enchente em Porto Alegre. De acordo com a empresa, o nível do Guaíba começou a baixar em Porto Alegre. Estava em 5,12 metros no final da tarde (depois de ter atingido o máximo de 5,27 metros no seu repique na noite da terça-feira) e em 5,09m por volta das 23h.
“Só que o ponto final não acontecerá nos próximos dias”, ressalva. “Será um processo longo e demorado que vai durar ainda algumas semanas. Em junho, a perspectiva é de que algumas áreas da cidade ainda tenham água acumulada, embora se preveja uma situação muitíssimo melhor que a de agora.”
“Estamos sob a maior cheia já documentada em 150 anos de medições no Guaíba”, contextualiza a análise. Ainda conforme a Metsul, a enchente de 1941 durou mais de um mês e foi menor que a atual.
O Guaíba, mesmo baixando, ainda está absurdos 2 metros acima da cota de transbordamento e mais de 3 metros acima da cota de cheia. E vai chover ainda neste mês, além da ocorrência de dias com vento Sul, que em alguns momentos retardará a normalização dos índices.
“Há o agravante de a Lagoa dos Patos estar com nível muito acima do normal, o que torna a baixa do Guaíba mais lenta”, prossegue o texto. “Com o grande volume de água que já desceu para o Sul na lagoa e ainda tem por chegar com o repique dos rios dos últimos dias, o processo de baixa do Guaíba será lento e gradual, fazendo com que a enchente demore a terminar. Mas não há mal que dure para sempre (…).”