As três primeiras semanas de julho foram as mais quentes já registradas no planeta em mais de 80 anos.
“A era do aquecimento global acabou. A era da fervura global está começando”. O alerta do secretário-geral da ONU, António Guterres, veio no mesmo dia em que a ciência confirmou o que as pessoas no Hemisfério Norte já suspeitavam: julho deverá ser o mês mais quente da história.
Na semana passada, a temperatura média global excedeu temporariamente o limite proposto em 2015 no Acordo Climático de Paris: 1,5ºC acima do nível pré-industrial.
Os dados foram divulgados pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Serviço Copérnico de Mudanças Climáticas da União Europeia, e a previsão é que 2023 e 2024 superem 2016 como o ano mais quente já registrado.
Os meteorologistas destacaram os incêndios florestais em países como Canadá e Grécia e as ondas de calor em grande parte da Europa, da Ásia e da América do Norte como exemplos dos efeitos das altas temperaturas.
Nessa semana que passou, foi difícil encontrar alguém nos Estados Unidos que não estivesse sofrendo com o calor. Quase metade dos americanos vive em áreas que estão sob alerta de calor extremo.
O presidente Joe Biden anunciou o investimento de US$ 1 bilhão para plantar árvores ao redor do país. A ideia é que no futuro elas ajudem a refrescar o ambiente. Algo que nem um banho de mar está resolvendo mais.
Essa semana, a temperatura do oceano na Flórida ultrapassou os 38º C. É a mesma temperatura de um banho quente, e isso já está causando danos para os mais de 6 mil corais da região.
A cidade de Nova York é uma das que estão sob alerta de calor excessivo. Até sábado (29), a temperatura pode passar dos 42º C e a umidade pode fazer com que a sensação térmica seja ainda maior. Por isso, a prefeitura estendeu temporariamente o horário de funcionário das piscinas públicas da cidade. É um refresco para um problema preocupante.
O secretário-geral das Nações Unidas para o clima reforçou que é mais urgente do que nunca que a humanidade reduza as emissões de gases do efeito estufa.
“Ações climáticas não são um luxo, mas uma necessidade”, afirmou Petteri Taalas.