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Casos de coqueluche aumentam mais de 620% no RS e motivam alerta para vacinação

Registros da doença no estado têm recorde em 10 anos. Média de vacinação no Rio Grande do Sul chega a 88% do público-alvo, inferior à meta de 95%

Publicada em 16/11/2024 as 07:34h por Por RBS TV
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 (Foto: Reprodução)

O aumento de casos de coqueluche no RS causa preocupação entre os médicos e motivou um alerta da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Em 2024, o estado teve cerca de 620% a mais do que o ano passado, e um número recorde em 10 anos.

 

Após uma queda nos casos em 2023, o estado já registrou 363 notificações, das quais 166 infecções foram confirmadas pela coqueluche neste ano, conforme mostram dados do Ministério da Saúde. É o maior número desde 2014, quando 260 casos foram confirmados no estado.

 

No Brasil, o aumento da coqueluche também causa preocupação, e ao menos 12 mortes foram confirmadas.

 

A doença é transmitida por uma bactéria e é altamente contagiosa. O principal sintoma é a tosse seca, que dura de 6 a 10 semanas e pode se estender por mais tempo.

 

As crises vêm acompanhadas de mal estar e até falta de ar. A doença não atinge só crianças, adultos e idosos também podem ter coqueluche.

 

 

 

 

 

 

 

Vacinação

 

A doença é combatida com vacinação. No RS, a média da imunização contra a coqueluche é de 88%, segundo dados do Ministério da Saúde. A meta é chegar a 95% do público-alvo – além das crianças, gestantes e profissionais da saúde que atuem no atendimento a grávidas e recém-nascidos devem tomar a vacina.

 

Para as crianças, o calendário vacinal de rotina contempla a aplicação de três doses com a vacina pentavalente (com 2, 4 e 6 meses de idade) e dois reforços, aos 15 meses e aos quatro anos, com a tríplice bacteriana, que pode ser aplicada até 7 anos.

 

“Observamos um aumento expressivo nas doenças evitáveis, com um crescimento superior a 900% em várias regiões do mundo e, agora, também no Brasil", observa o infectologista pediátrico da Sociedade de Pediatria do RS, Marcelo Scotta.

 

A principal razão para esse cenário é a baixa cobertura vacinal, especialmente entre crianças e gestantes. É essencial lembrar que as gestantes têm direito à vacina contra tétano, difteria e coqueluche, disponível gratuitamente no SUS como parte do Programa Nacional de Imunizações. A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para controlar esse risco”, completa o médico.

 

 

 

 

 

 

 

 

Importância da notificação dos casos suspeitos

 

A Sociedade de Pediatria reforça aos médicos a importância de notificar todos os casos suspeitos de coqueluche.

 

“É crucial que, durante o atendimento, o profissional de saúde realize a notificação imediata à Vigilância em Saúde pelos telefones 3289-2471 ou 3289-2472. Além disso, o tratamento deve ser estendido a todos os contactantes do paciente, como forma de prevenção”, ressalta o diretor da SPRS, Benjamin Roitman.

 

O médico acrescenta que o exame padrão para o diagnóstico da coqueluche é o PCR para Bordetella, obtido por swab de orofaringe. Contudo, este teste não é amplamente acessível, sendo oferecido apenas em alguns locais pelo SUS e não coberto pela maioria dos convênios. Portanto, na presença de tosse prolongada por mais de 10 dias, é importante que os médicos considerem a possibilidade de coqueluche e iniciem o tratamento adequado quanto antes.

 

 




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