Um transplante de rim entre irmãs salvou a vida de Bruna Rafaela Jardel Anchieta, bióloga de 34 anos. A doadora 100% compatível foi a nutricionista Nathasha Saldanha, de 31 anos.
Foram muitos desafios enfrentados desde a descoberta da doença, há quatro anos, até o momento em que finalmente o transplante aconteceu, no último dia 30 de setembro. Hoje, o sentimento que as duas relatam é de amor e gratidão.
Diagnosticada com Doença Renal Crônica em 2019, durante a segunda gestação, Bruna recebeu o diagnóstico, que, sem causa definida, revelou que os dois rins não estavam funcionando adequadamente. O processo de hemodiálise começou ainda durante a gravidez em um período de internação que durou 70 dias.
Assim que Nathasha, irmã de Bruna, soube do problema, não duvidou em se colocar à disposição como doadora. Os exames de compatibilidade confirmaram o que elas mais queriam: Nathasha era uma doadora 100% compatível com Bruna.
"Ver minha irmã na hemodiálise todos os dias e sem contar os riscos que um paciente renal crônico tem, de alterações cardíacas, como também questão de inúmeras outras patologias, que podem ser associadas, me motivou", explicou.
No entanto, um sonho adiou a doação. Naquela época, Nathasha tinha 27 anos, não tinha filhos, e ela e seu esposo enfrentavam um problema de fertilidade. A recomendação médica foi que ela engravidasse o quanto antes, para passar pela gestação com os dois rins.
Para realizar o sonho de ter filhos, o casal optou pelo processo de fertilização in vitro.
Após o nascimento de seu filho, Bernardo, em 2022, a possibilidade de doação de Nathasha finalmente se concretizou.
O transplante foi realizado em Brasília, onde a equipe médica de Bruna estava localizada. Durante os quatro anos em que Nathasha se preparava para doar, Bruna ficou na fila de transplantes.
“Ela estava na fila do transplante, pensando na perspectiva de ficar esperando um doador morto, enquanto passava todo esse processo da minha gravidez. Como o meu bebê é muito pequeno foi, pelo menos, mais de um ano para esse processo acontecer.
Enquanto isso, ela estava na fila de espera, mas não chegou a possibilidade de ter um doador morto”, declarou Nathasha.
Amor incondicional e fidelidade a uma causa
Nathasha explicou que, além do amor incondicional que sente pela irmã, várias questões motivaram a doação. A doadora destacou ainda que as duas são defensoras da doação de órgãos.
“Fiz questão de poder dar uma qualidade de vida pra ela e é algo que a gente defende [a doação de órgãos]. Quem passa na pele é que realmente deve levantar essa bandeira da doação”, salientou a doadora.
Bruna compartilhou seus sentimentos após o transplante e contou que a sensação é quase impossível de explicar.