Quando a colheita da soja termina, surge a dúvida sobre plantar mais soja ou mais milho de verão. Nesse contexto, a TF Agroeconômica realizou uma análise considerando os custos de produção apresentados pelo DERAL-PR, em fevereiro último e os preços pagos aos agricultores no período.
“Estes custos poderão ter variação para cima ou para baixo, dependendo muito da variação do dólar, porque a maior parte dos insumos é importada: em fevereiro de 2024, por exemplo, a média do dólar no Brasil foi de R$ 4,94, mas, neste momento, está a R$ 5,26, já tendo sofrido, então, uma alta de 6,48%. No mesmo período, porém, a soja, em Chicago, passou de $ 1166/bushel em 15 de fevereiro para $ 1144,50, queda de 1,84%. Já no Brasil, os preços passaram de R$ 105,00 para R$ 108 em Londrina, alta de 2,86% no mesmo período”, comenta.
Os fatores geopolíticos têm um impacto significativo no mercado do petróleo, afetando os preços, os fretes internacionais e o sistema financeiro global. Isso se deve ao papel crucial do petróleo na economia global e à sua influência sobre as commodities em geral. No entanto, esses impactos são difíceis de prever, apesar de estarem cada vez mais presentes.
“De fevereiro para cá, meados de abril, o dólar subiu 6,48%, aumentando na mesma proporção os custos de produção, tanto de soja, quanto de milho. A soja, porém, subiu 2,86% no mercado interno, diminuindo na mesma proporção esta diferença do dólar, mas ainda acumulando um leve aumento de custo. Já o milho subiu apenas em Chicago, 2,3%, mas recuou 4% no preço de balcão pago ao produtor e 3,79% na B3, no mesmo período”, completa.
Como conclusão, a consultoria afirma que a soja está tendo um comportamento mais positivo do que o milho até o momento. “Isto significa que você deve agarrar aquele lucro de 20,40% oferecido por Chicago, porque é muito provável que ele diminua consideravelmente para a próxima temporada. Se quiser especular com a possibilidade de guerra e fatores climáticos ainda não conhecidos, use somente 10% da sua produção, mas garanta agora seu lucro”, indica.
“Já o milho está tendo um comportamento negativo para os preços ou um lucro bem menor do que a soja, embora tenha uma perspectiva levemente altista a longo prazo, diante dos problemas na Argentina e a menor área plantada nos EUA. Mas, os resultados do milho são significativamente menores do que os da soja, pelo menos até o momento. A conclusão é sua, lembrando que tudo pode mudar e ninguém consegue prever com exatidão o dia de amanhã. Então, nossa recomendação é que você trabalhe sobre dados concretos que tem à sua mão, hoje”, conclui.