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Cristo usou a compaixão, nunca usou o julgamento, diz 1º sacerdote gay ordenado em Caxias do Sul

Auderli Sidnei Schroeder foi ordenado na cidade da Serra do RS. Igreja Episcopal Anglicana permite a ordenação de mulheres e pessoas homossexuais como sacerdotes, além de permitir o casamento e o trabalho fora da igreja

Publicada em 30/12/2024 as 07:26h por Por Gustavo Foster, g1 RS
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 (Foto: Reprodução)

A cerimônia de ordenação de novos sacerdotes da Igreja Episcopal Anglicana de Caxias do Sul, na Serra do RS, no dia 15 de dezembro, foi especial: pela primeira vez, um diácono homossexual foi ordenado padre na cidade.

 

 

Auderli Sidnei Schroeder, de 52 anos, atua na cidade desde 2022 como diácono, a primeira das três ordenações da igreja, seguida pelo presbiterado, que inclui os padres, e episcopado, composto por quem se torna bispo. A Igreja Episcopal Anglicana permite a ordenação de mulheres e pessoas homossexuais como sacerdotes, além de permitir o casamento e o trabalho fora da igreja.

 

 

"Passou um filme na minha cabeça, principalmente por estar dentro de uma igreja em que tenho liberdade de ser quem sou. Cristo usou a compaixão, nunca usou o julgamento", diz o sacerdote.

 

 

A Igreja Episcopal é um braço da Comunhão Anglicana. O anglicanismo surgiu no século 16, na Inglaterra, quando o rei Henrique VIII buscou a anulação do próprio casamento, medida que foi recusada pelo papa. Esse episódio auxiliou no rompimento da coroa inglesa com o catolicismo.

 

 

No Brasil, a igreja reúne fiéis desde 1810, mas é voltada a brasileiros somente a partir de 1890. Em 2018, uma assembleia realizada em Brasília por bispos e clérigos das dez dioceses aprovou o primeiro casamento gay de São Paulo.

 

 

 

 

 

 

 

'Um espaço seguro'

 

 

Além do sacerdócio na Paróquia Anglicana da Virgem Maria, Schroeder trabalha como guia turístico. Desde que passou a atuar na cidade, tem uma bandeira com as cores da diversidade pendurada na entrada na igreja. Diz que, na paróquia, não sofreu preconceito dos fiéis. Mas relata que, durante sua trajetória, foi alvo de ataques.

 

 

"Essa igreja é um espaço seguro para pessoas que, como eu, sofreram tanto. Ouvi que Deus condenava, matava, que eu iria para o inferno, que eu era sujo, imundo. Sempre foi muito doloroso ficar dentro do armário. Meu bispo sempre soube que eu era gay, nunca perguntou sobre o que eu fazia, nunca foi um escândalo", diz o padre.

 

 

Em sua atuação religiosa, Schroeder explica que recebe todos igualmente, mas que, pela postura da paróquia, costuma acolher fiéis vítimas de preconceito, como imigrantes, membros de religiões de matriz africana e mulheres vítimas de violência doméstica.

 

 

"Todos somos criados à imagem e semelhança de Deus, e Deus, quando criou o homem e a mulher, disse 'e tudo era muito bom'. O ser humano foi criado para ser muito bom", resume.

 

 

 

 




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