Em virtude da alta demanda por serviços de saúde em meio à catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região (Crefito 5) criou um formulário para cadastro de profissionais de ambas as categorias que possam atuar como voluntários em abrigos para as vítimas das enchentes.
O foco é o atendimento voltado para a área respiratória, tendo em vista que muitas pessoas ficaram expostas a intempéries em telhados ou tiveram contato direto com a água e umidade – além das baixas temperaturas registradas na maioria do mapa gaúcho nesta semana.
“Com o grande número de pessoas alojadas em um mesmo local de acolhimento, a possibilidade de propagação de doenças pulmonares aumenta a cada dia”, alerta o comando da entidade.
As inscrições são realizadas por meio dos canais de comunicação do Conselho Regional de Fisioterapia do Rio Grande do Sul, bem como através do grupo criado no aplicativo de mensagens whatsapp para agilizar o processo de adesão e compartilhamento de informações. Esse e outros detalhes são detalhados no site crefito5.org.br.
“Tendo em vista que o contexto da calamidade pode durar meses até que se volte a uma situação de normalidade, o cadastro terá validade enquanto houver situação de abrigamento por causa das enchentes”, projeta o Conselho.
Em paralelo, também há necessidade de levar esse tipo de serviço a idosos. Isso inclui a obtenção de aparelhos de suporte como cadeiras-de-rodas, muletas e andadores.
Ao menos quatro pessoas que estão em abrigos públicos do Rio Grande do Sul receberam nesta semana cadeiras-de-rodas para deficiências físicas específicas. Eles perderam seus equipamentos durante as enchentes. Um levantamento é realizado pela Secretaria da Saúde para identificar esse e outros tipos de carência nas unidades de acolhimento em todo o Estado.
Passagem liberada
O Crefito-5 obteve junto à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) uma autorização especial para passagem de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais pelo corredor humanitário construído pela prefeitura para acessar o Centro Histórico de Porto Alegre pela avenida Castelo Branco até o Túnel de Conceição. Basta apresentar a carteira profissional para cruzar a estrutura de aterro e pedras nas imediações da Estação Rodoviária.
Por meio de seu site, a entidade de classe também pede que os profissionais engajados ao trabalho nos abrigos públicos preencham formulário relatando como está o trabalho nesses espaços de acolhimento: “Queremos conhecer a necessidade dos locais que recebem desabrigados pelas enchentes, para contribuir da melhor forma possível”.