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Mãe de bebê resgatado por helicóptero do Exército fala sobre recomeço ao lado da família: A ficha não caiu

Imagens feitas pelo Exército, é possível ver Anthony Miguel, de cinco meses, sendo levado pela aeronave da casa ilhada

Publicada em 14/05/2024 as 08:20h por Redação O Sul
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 (Foto: Reprodução)

Dez dias após o resgate, Natasha conta como foram os momentos dramáticos e confessa que a “ficha não caiu”.

 

“A gente, no momento, está na casa de uma tia do meu marido. Somos dez pessoas desalojadas, são três gerações da família que ficaram sem lar. Essa casa que a gente estava no telhado, as duas casas acabaram caindo, inclusive a minha. Estamos dormindo entre cinco pessoas no quarto e estamos dividindo, vivendo de doações”, relata.

 

No dia do resgate, estavam na casa a própria Natasha, o filho de cinco meses, o marido, o sogo, a sogra e os padrinhos do bebê. Ela explica que a família utilizou um caíco, que é uma pequena embarcação, para ficar dentro e se proteger da água.

 

 

 

 

 

Resgate dramático

 

Natasha conta que no dia do resgate estava muito frio e não parava de chover. Em pouco tempo, relata ela, a água subiu e a família só teve a opção de pedir ajuda pelo telhado.

 

“Ninguém esperava que acontecesse tudo isso em questão de um dia. Ele mamou no peito, essa foi a minha sorte, digamos assim, e daí a gente estava sem água. Eu estava quase sem leite no peito, daí a minha sogra se pendurou por cima do telhado e conseguiu pegar umas bergamotas (tangerina), que foi o que eu comi: duas bergamotas para conseguir resistir”, conta.

 

Eles ficaram três dias sem água, luz e comida. A família se revezava no buraco feito no telhado.

 

“Eu e a minha sogra, uma ficava sentada e outra deitada o tempo inteiro. Eu sempre com o menino no colo, porque ali no momento de desespero parece que a gente não tem confiança em ninguém. É o meu filho, não tinha confiança em entregar ele para ninguém segurar, com medo de que ele caísse na água”, recorda.

 

Os padrinhos do Anthony, que são mais velhos, ficavam deitados.

 

Foi quando Natasha ouviu o helicóptero e saiu correndo para colocar o bebê para fora do telhado, para que os militares vissem que tinha uma criança em perigo.

 

“Logo o socorrista desceu e foi bem ágil. Já foi me explicando como é que tinha que passar pelo telhado para conseguir entrar no helicóptero. Eu entreguei para minha sogra e para o dindo dele e eu alcancei o socorrista, para ele entregar para o rapaz que estava ali dentro do helicóptero, fazendo o resgate”, relata.

 

Cada um foi resgatado por helicópteros diferentes. “Pela graça de Deus foi naquele momento porque as casas caíram. Agora estamos dependendo de doações de outras pessoas para sobreviver”

 

Ela diz que a família recebeu muitas doações a agora tenta se reorganizar e pensar no que fazer. “Ainda estamos meio perdidos, parece que a ficha não caiu ainda. No dia a dia que a gente vai vendo que não tem para onde voltar. Mas pelo menos a gente está bem, né? Tá todo mundo vivo, com saúde, né? Graças a Deus”, fala Natasha.




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