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Parente de família achada abraçada e soterrada em casa no RS diz: Eram muito unidos, foi uma grande tragédia

Familiar diz que tentou fazer com que a irmã e o marido não voltassem para casa em meio à chuva

Publicada em 14/05/2024 as 08:14h por Redação O Sul
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 (Foto: Reprodução)

Em Roca Sales, uma das cidades mais atingidas pela catástrofe que vive o Rio Grande do Sul, a auxiliar industrial Cristiane Garcia de Souza, irmã de uma das vítimas fatais das chuvas falou sobre a perda da irmã, Letícia, em um deslizamento de terra que matou outras quatro pessoas da família.

 

Era segunda-feira, 29 de abril, quando Cristiane recebeu a visita de Letícia, que chegava com o marido, Anderson, para alertar para a previsão de mau tempo.

 

“‘Cris, vai tirar suas coisas de dentro de casa de novo, porque tá coisa feia aí [disse Letícia]. Eu disse: ‘tá nada, para, nem é pra tanto’. Antes de eles irem embora, eu falei: ‘fiquem comigo aqui. Vocês vão sair nesse tempo feio que tá?’ E ele disse: ‘não, nós temos que ir, temos que ir'”, relembra Cristiane.

 

Depois da visita, a família foi encontrada soterrada na própria casa. Todos estavam abraçados.

 

“Eles se abraçaram, era a única coisa a fazer. Porque eles eram muito unidos, os cinco. Foi uma grande tragédia, a gente não estava preparado para isso. A gente nunca sabe o último adeus. Tem que priorizar bem a família”, emociona-se.

 

 

 

 

 

Mãe e filha

 

Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, ficou 100% inundada, uma situação tão dramática que levou o prefeito a pedir a retirada de todos os 40 mil moradores da cidade.

 

A cidade enfrentou sua segunda enchente em seis meses, mas essa foi catastrófica. Toda a zona urbana de Eldorado do Sul ficou debaixo d’água. Na cidade, que tem 40 mil habitantes, pelo menos 25 mil tiveram que sair de casa.

 

A estagiária de contabilidade Jade Bruckoff e a mãe dela, a dona de casa Rosângela, contaram que a família teve medo de morrer. Helicópteros até passavam perto delas, mas não faziam o resgate e foi então que elas tiveram uma ideia.

 

“Estava muito desesperador por causa das crianças, por causa da mãe. A gente queria sair. Aí eu tive a ideia de escrever com batom vermelho no vidro, pra ver se eles voltavam. Foi o que fez o pessoal identificar, graças a Deus. Foi isso que salvou a gente”, conta Jade.

 

A família ficou dois dias sem água e com pouca comida, até o socorro aparecer. Os bombeiros do Rio Grande do Sul filmaram o resgate de Rosângela. Ela e outras 12 pessoas foram salvas.

 

“É um desespero, mas entrou ali dentro, eu já me senti mais segura. Eles foram sensacionais, sabe? Eles passaram uma segurança, uma confiança para nós”, elogia Rosângela.

 

O alagamento total da cidade começou no dia 2 de maio. Desde então, praticamente a população inteira está sem energia elétrica e sem água. Quando a água começou a subir, a prefeitura se tornou um refúgio, inclusive para o prefeito, que também teve a casa submersa.

 

“Nós tivemos umas 3 mil pessoas aqui dentro. Todo mundo amontoado. A água encostou lá no primeiro piso e, dali pra cima, foram amontoando gente, animal, cachorro, gato. Tudo junto ali para ninguém morrer afogado. Estou no gabinete desde quando começou a enchente. Durmo umas 2, 3 horas por noite; é o máximo que eu estou conseguindo”, relembra Ernani de Freitas.




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