O canal São Gonçalo, em Pelotas, no Sul do Estado, chegou a um nível que não registrava há 83 anos: 2,88 metros, exatamente a cota da histórica enchente que castigou Pelotas em 1941. O canal vem em uma crescente. A tendência, de acordo com especialistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que atuam na Sala de Situação do 9º BIMtz, era de que o número ultrapassasse esse índice.
Conforme a pesquisadora e hidróloga Tamara Beskow, o aumento se deve a três fatores: vento, chuvas e maré. “Com a maré alta, a água do canal começa a acumular. Junto com ela os ventos acabam favorecendo este acúmulo e, além disso, tivemos fortes pancadas de chuvas, que tem como ponto final do nosso sistema de drenagem, o canal”.
O município mantém o informe de que as diversas áreas que já estavam na classificação de risco vermelho para inundação, no mapa disponibilizado pela prefeitura, devem evacuar essas regiões imediatamente. A saída das pessoas facilita o trabalho de resgate pelas equipes de bombeiros, em caso de uma inundação súbita.
A prefeitura de Pelotas orientou a evacuação imediata das seguintes áreas:
* Laranjal (Santo Antônio, Valverde e Pontal);
* Colônia Z3;
* Vila da Palha;
* Cruzeiro;
* Recanto de Portugal;
* Marina Ilha verde;
* Charqueadas;
* Umuharama;
* Estrada do Engenho;
* Lagos de São Gonçalo;
* Parque Una;
* Navegantes;
* Ambrósio Perret;
* Mário Meneghetti;
* Balsa;
* Fátima;
* Village Center JK;
* Doquinhas;
* Quadrado;
* Ceval;
* Mauá;
* Loteamento Osório;
* Pântano;
* Simões Lopes (fundos).
O município possui oito abrigos públicos, geridos pela prefeitura. O acesso se dá por meio de contato com a Defesa Civil do Município, Bombeiros, Guarda Municipal e Brigada Militar pelos seguintes contatos: 193 (Bombeiros), 153 (Guarda Municipal) e 190 (Brigada Militar).
Calamidade pública
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, assinou, na tarde dessa segunda, decreto que institui o estado de calamidade pública na cidade. A oficialização do documento permite ao município o acesso a recursos de assistência e recuperação, bem como viabiliza, à comunidade pelotense, retirar o Fundo de Garantia (FGTS).
Em razão das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e das áreas de risco de inundações, Pelotas já tem mais de duas mil pessoas acolhidas em abrigos públicos e privados.
Além do decreto que institui o estado de calamidade pública, foram assinados mais dois que também versam sobre medidas complementares à situação climática.