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Deputados federais processam sete colegas por disseminação de fake news sobre as enchentes no RS

Caroline de Toni (PL-SC) está na lista de parlamentares questionados

Publicada em 14/05/2024 as 08:06h por Redação O Sul
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 (Foto: EBC)

Deputados federais do Psol protocolaram na segunda-feira (13) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete colegas da Câmara, por disseminação de fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. O documento pede que o grupo seja processado por crime contra a saúde pública, calúnia, difamação e omissão de socorro.

 

Na lista de alvos estão parlamentares vinculados a dois partidos: Filipe Martins (PL-TO), Gilvan da Federal (PL-ES), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC), General Girão (PL-RN), Coronel Assis (União Brasil-MT) e Coronel Ulysses (União Brasil-AC).

 

A ação foi proposta pela gaúcha Fernanda Melchionna e seus correligionários Tarcísio Motta, Luiza Erundina, Talíria Petrone, Tulio Gadelha, Erika Hilton, Chico Alencar, Sâmia Bomfim, Luciene Cavalcanti e pastor Henrique Vieira. Além da punição, a medida tem por finalidade desestimular que políticos divulguem mentiras sobre a tragédia climática e a mobilização humanitária em prol das vítimas.

 

“Os deputados Felipe Martins, Coronel Assis, Gilvan da Federal e a deputada Carolina de Toni usaram seu tempo de fala no plenário, no dia 8 de maio, para reproduzir desinformação sobre o transporte terrestre de doações ao Rio Grande do Sul […]”, diz um trecho da representação. “Isso prejudicou o fluxo de necessária ajuda proveniente dessas doações, ao confundirem e trazerem insegurança em um momento no qual a população do Estado mais precisa.”

 

O texto aponta que, na mesma sessão da Câmara, o deputado Paulo Bilynskyj fez a afirmação falsa de que uma clínica médica que atendia pessoas gratuitamente tinha sido fechada pela Vigilância Sanitária, por causa da situação de calamidade pública. Os parlamentares do Psol apontam que o deputado não disse em qual cidade o fato teria acontecido e ressaltam que a Vigilância Sanitária negou a informação.

 

A representação destaca outras mentiras disseminadas na sessão. Em determinado momento, uma fala da ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi descontextualizada e explorada pelos deputados Paulo Bilynskyj, Caroline de Toni, Coronel Ulysses e General Girão.

 

Na representação, os deputados do Psol afirmam que um dos aspectos mais graves desse tipo de conduta é o efeito final da rede de desinformação armada pelos denunciados:

 

“A confusão gerada por informações falsas e ou distorcidas chega à ponta – a população – e se desdobra em danos diretos às pessoas atingidas pelas enchentes no estado, seja por meio da difusão de pânico, seja por meio da inibição das doações ou da desorganização nos processos de triagem e distribuição dos donativos. Ainda, expõem a risco grave os servidores públicos que atuam diretamente no resgate, acolhimento e socorro das pessoas atingidas e que, naquele momento, representam o estado brasileiro”.

 

 

 

 

 

Assessora demitida

 

Também do Psol, o deputado estadual catarinense Marquito anunciou a demissão de uma assessora que postou nas redes sociais um comentário irônico sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Ela escreveu que a “Mãe Natureza está limpando o Sul do País, lugar que mais consome carne no País”.

 

A manifestação provocou uma série de reações de repúdio. Com a repercussão, a autora da postagem gravou um vídeo de desculpas, alegando que sua intenção era alertar para o fato de que a crise climática seria uma consequência da degradação e exploração da natureza:

 

“Venho aqui me retratar diante do comentário infeliz em um momento tão sensível que o Rio Grande do Sul está passando, a todos aqueles que se sentiram ofendidos”. Não adiantou. Ela acabou perdendo o cargo.

 

Marquito emitiu nota: “Não concordo com o conteúdo do comentário. Como sempre expusemos em nossa atuação parlamentar ambientalista, toda a humanidade está exposta aos impactos das mudanças climáticas. Os eventos extremos no nosso estado vizinho são efeito de ações globais, e não individuais, e as pessoas vulneráveis são as mais atingidas”.




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