A Confederação Nacional de Municípios (CNM) calcula que os recursos necessários para cobrir as perdas financeiras causadas pelas chuvas em excesso que atingem o Rio Grande do Sul desde o início desta semana já somam mais de R$ 275 milhões. Só no setor público, os prejuízos se aproximam de R$ 60 milhões.
Na área de infraestrutura, são necessários R$ 29,5 milhões para reconstrução de pontes, estradas, calçamento e sistemas de drenagens urbanas. Já no segmento habitacional as perdas superam R$ 115,6 milhões, com 10.193 casas danificadas ou destruídas.
“Serão necessários R$ 99,8 milhões do setor privado para recompor perdas na agricultura, indústria, pecuária e comércios locais”, acrescenta a entidade. Os prejuízos também atingem os sistemas de esgotamento sanitário, abastecimento de água e limpeza urbana.
O pior desastre climático já registrado em solo gaúcho derrubou pontes e deixou 19 barragens em estado de atenção. A exemplo do que ocorreu em setembro do ano passado, diversas cidades foram devastadas – algumas ainda se recuperavam do impacto quando a mais recente tragédia natural trouxe o novo revés.
Até essa sexta-feira (3), 265 dos 497 municípios gaúchos tinham sido afetados. Ao menos 86 já formalizaram decretos de situação de emergência junto ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, medida necessária para liberação de recursos e flexibilização de procedimentos necessários à reconstrução de infraestruturas e outras iniciativas.
Os transtornos no fornecimento de serviços essenciais são outro problema causador de prejuízos. Em um resumo da situação relativa a água, luz e telefonia/internet, o levantamento dessa sexta-feira apontava o seguinte cenário:
– CEEE Equatorial: 50,5 mil pontos sem energia elétrica (2,8% do total de clientes).
– RGE Sul: 232 mil pontos sem energia elétrica (7,6% do total de clientes).
– Corsan: 441.120 clientes sem abastecimento de água (14% do total).
– Tim: 63 municípios sem serviços de telefonia e internet.
– Claro: 53 municípios sem serviços de telefonia e internet.
– Vivo: 18 municípios sem serviços de telefonia e internet.
Perdas humanas
Isso, sem contar as perdas humanas. Segundo boletim atualizado à noite pela Defesa Civil Estadual, são 39 mortos, 74 feridos e 78 desparecidos, além de 32 mil pessoas que precisaram deixar suas casas devido a incidentes como alagamentos, enxurradas e deslizamentos.
No topo do ranking de casos fatais aparecem Gramado e Santa Cruz do Sul, cada um com quatro vítimas. Na sequência está Três Coroas, com três. Já com dois óbitos constam Canela, Boa Vista do Sul, Paverama, Salvador do Sul, Serafina Corrêa, Santa Maria, Taquara e São Vendelino.
As demais cidades registram um óbito cada: Candelária, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Encantado, Itaara, Pantano Grande, Pinhal Grande, Putinga, Segredo São João do Polêsine, Silveira Martins e Vera Cruz. Os boletins são divulgados pelo governo gaúcho três vezes por dia, geralmente às 9h, meio-dia e 18.
