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Imagens de satélite mostram evolução dos sete dias de chuvas que colocaram o Rio Grande do Sul em calamidade

Catástrofe é resultado da atuação de pelo menos três fenômenos na região, agravados pelas mudanças no clima

Publicada em 03/05/2024 as 08:28h por Redação O Sul
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 (Foto: Mauricio Tonetto/Secom)

Uma sequência de imagens de satélite mostra como, ao longo dos últimos sete dias, nuvens de chuva cobriram o céu do Rio Grande do Sul, culminando em uma tragédia climática que deixou 32 mortos e dezenas de pessoas desaparecidas em meio às cheias.

 

Nas imagens, é possível ver que as chuvas que afetam o estado há uma semana se intensificaram justamente a partir do dia 29 e 30 de abril, quando os modelos meteorológicos já indicavam uma quantidade de chuva fora da curva.

 

“Desde o dia 26 de abril o Rio Grande do Sul vem sofrendo com chuvas intensas causadas por diversos sistemas meteorológicos. (…) Além disso, a partir de 1º de maio toda essa instabilidade recebeu reforço de uma frente fria”, comenta Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

 

Os meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado de pelo menos três fenômenos que afetam a região e foram agravados pelas mudanças no clima. E a tendência é de piora por conta da previsão de mais chuva.

 

A condição começou em 26 de abril, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao governo federal, emitiu um alerta de tempestades para o estado. Naquele dia, a previsão ainda era de chuvas em algumas regiões do estado. Mas o cenário foi se agravando ao longo dos dias.

 

 

 

Segundo os especialistas, a calamidade é efeito da soma de alguns fatores:

 

• Havia um cavado, que é uma corrente intensa de vento, agindo sobre a região, o que fazia com que o tempo ficasse instável;

 

• Isso se somou a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva;

 

• O cenário foi agravado por um bloqueio atmosférico, reflexo da onda de calor, que fez com que o centro do país ficasse seco e quente, deixando a chuva concentrada nos extremos.

 

 

Conforme Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, “o cenário era instável na região há alguns dias, mas a soma desses fatores fez intensificar a chuva. O que acontece é que tivemos várias frentes frias que não conseguiram se dissipar para outras regiões por causa do bloqueio atmosférico e, com isso, elas passaram a agir sobre todo o Rio Grande do Sul”.

 

 

 

 

Mudanças climáticas

 

Mas o que as mudanças climáticas têm a ver com isso? O calor da Terra e dos oceanos impacta a atmosfera e faz com que os eventos climáticos aconteçam com mais força.

 

O que o meteorologista explica é que o Sul do país tem condições que favorecem tempestades nessa época do ano, mas o que seria um evento isolado se transforma em uma catástrofe.

 

“O oceano mais quente, como estamos vendo agora, faz com que seja gerada mais energia para a formação das chuvas. Com isso, elas chegam nesses níveis, que nunca vimos antes. A mudança no padrão do clima interfere na atmosfera e muda o ciclo dos fenômenos que aconteciam, deixando-os mais intensos”, afirma Luengo.

 

 

 

 

Cenário de piora

 

O coordenador da equipe de monitoramento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, explica que a soma dessas condições criou o cenário para o que os especialistas projetam ser o maior volume de chuva já registrado na história do estado.

 

A previsão é de que a condição se mantenha até o sábado (4) com acumulados que podem chegar até 400 milímetros, que devem se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.

 

“Nós estamos vendo um acumulado já enorme e que vai se somar porque a chuva não vai parar até o fim de semana. É o maior acumulado com essa dimensão, que cobre um estado inteiro. Os impactos são grandes e a tendência é piorar”, alertou Marcelo Seluchi, coordenador da equipe de monitoramento do Cemaden.

 

O Cemaden, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é o órgão faz a previsão de desastres e atua dando informações à Defesa Civil e ao governo para que sejam adotadas medidas para minimizar os impactos. Segundo o órgão, o alerta agora segue sendo sobre o volume de chuvas, mas também sobre a possibilidade de deslizamento.

 

 

 

 

Microexplosão atmosférica

 

Para além da chuva intensa, que inunda e encharca o solo, trazendo risco de deslizamentos, a região ainda pode passar por uma microexplosão atmosférica – que acontece em cenários de fortes tempestades.

 

Ela é uma forte corrente de ar que se forma quando uma intensa corrente de vento se desprende da nuvem de tempestade em direção ao solo. O forte impacto causa ventos que podem passar de 100 km/h.




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