Localizada entre Bento Gonçalves e Cotiporã (Serra Gaúcha), a barragem da usina hidrelétrica 14 de Julho se rompeu na tarde de quinta-feira (2) por causa do acúmulo de água gerado pelos altos índices de chuva do Rio Grande do Sul desde o último fim de semana. O fato motivou a Defesa Civil estadual a emitir alerta de evacuação imediata para os habitantes de cidades próximas.
O aviso abrangeu as populações de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado. A orientação das autoridades é de que procurassem locais mais seguros, como abrigos públicos. Isso porque, embora não estivesse prevista alguma enxurrada decorrente do episódio, houve uma onda de 2 metros e alta do rio Taquari, o mais afetado pelo imenso fluxo de água da barragem.
Previsto anteriormente, o colapso da estrutura foi constatado após o meio-dia, no lado direito da estrutura. O governador Eduardo Leite emitiu comunicado em suas redes sociais: “Fizemos a evacuação com alertas desde quarta-feira, inclusive acionando líderes locais de comunidades onde a retirada não foi realizada. Agora é trabalhar para mitigar os efeitos”.
Em entrevista à imprensa, o prefeito de Bento Gonçalves, Diego Segabinazzi Siqueira, relatou que o rompimento foi responsável por uma onda de 2 metros de altura que atingiu o município e seguiu para São Valentim do Sul, Santa Tereza e outras localidades.
“Ainda não é possível ter a noção exata das consequências do rompimento, já que há diversas áreas do município que não puderam ser acessadas”, declarou. “Essa onda passou por comunidades vizinhas e se dirigiu aos municípios de São Valentim do Sul e Santa Tereza. Imagine uma onda com muita velocidade e que vai destruindo tudo que está pela frente”.
Outras estruturas
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) também trabalhou na evacuação de amplos perímetros no entorno de outras cinco barragens sob risco de rompimento. Alertas foram direcionados a cidades como Bento Gonçalves e Pinto Bandeira pelo iminente colapso da represa São Miguel. Ao todo, 13 estruturas desse tipo estão sob risco no Rio Grande do Sul, abrangendo 19 cidades. A lista inclui:
– Barragem Santa Lúcia, em Putinga.
– Barragem São Miguel do Buriti, em Bento Gonçalves.
– Barragem Belo Monte, em Eldorado do Sul.
– Barragem Dal Bó, em Caxias do Sul.
– Barragem Nova de Espólio de Aldo Malta Dihl, em Glorinha.
– Barragem Capigui, em Passo Fundo.
– Barragem Guarita, em Erval Seco.
– Barragem Herval, Santa Maria do Herval.
– Barragem Passo do Inferno, São Francisco de Paula.
– Barragem Monte Carlo, Bento Gonçalves – Veranópolis.