Uma repórter registrou boletim de ocorrência contra o homem que trabalha como mascote do Internacional por importunação sexual. De acordo com Gisele Kümpel, do Canal Monumental, o funcionário a teria abraçado e beijado sem consentimento durante o Gre-Nal deste domingo (25), no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.
A Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado pela 1° Delegacia da Mulher de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira (26), para investigar o crime de importunação sexual. Foram solicitadas as imagens das câmeras do estádio e informações sobre o homem que usava a roupa de mascote durante o jogo.
A repórter afirmou que pedirá medida protetiva contra o mascote.
Em nota, o Sport Club Internacional afirmou que "disponibilizará imagens do seu circuito de monitoramento para a elucidação dos casos" e que acompanhará as investigação "para a adoção das medidas cabíveis". Leia a nota completa abaixo.
Ao g1, Gisele conta que a suposta importunação começou no segundo tempo da partida. De acordo com a repórter, o homem vestido de saci passou a se aproximar e a se colocar no campo de visão dela. No momento do terceiro gol do Internacional, já nos últimos minutos da partida, ela relata que o homem a abraçou e a beijou sem consentimento.
"Quando sai o gol, em vez de comemorar com a torcida, ele vem e para do meu lado. Eu estava relatando o lance para o canal e ele vem e me abraça de lado. Fecha os dois braços em mim e fica alguns segundos. Não foi um tapinha nas costas. E ele, com a máscara, vem para me dar um beijo. Senti o suor dele em mim e o barulho do beijo", conta a repórter.
De acordo com Gisele, o homem já estava a incomodando desde antes do gol.
"Eu comentei, uma hora: 'eu não aguento mais esse mascote me incomodando', e ouvi alguém falar 'ele às vezes incomoda mesmo'. Quando deu pênalti para o Inter, eu já pensei 'vou me afastar, porque se o Inter fizer gol, ele vai vir'", diz.
Ela conta que, depois do caso, que aconteceu nos últimos instantes da partida, ficou paralisada, com o que considera que possa ter sido uma crise de pânico. "Comecei a tremer. 'Só um pouquinho, ele não pode me abraçar, tem algo errado acontecendo aqui'. Começou a me dar uma crise de pânico, de angústia. Eu paralisei", relata.
Gisele buscou orientação com Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG) e, em seguida, foi à delegacia da Polícia Civil no Estádio Beira-Rio e registrou um boletim de ocorrência contra o funcionário.