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8 de março: mulheres do campo e da cidade fazem manifestações em Porto Alegre

Integrantes de movimentos e organizações sociais queriam se reunir com o governador, o que não ocorreu. Eduardo Leite pediu desculpas

Publicada em 09/03/2023 as 10:30h por Rádio Guaíba
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 (Foto: Mauro Schaefer/CP)

Em Porto Alegre, centenas de mulheres participaram, ao longo desta quarta-feira, de manifestações alusivas ao Dia Internacional da Mulher. Após realizarem atividades e protestos em diferentes pontos da capital, no meio da tarde, as manifestantes se encaminharam para a Praça da Matriz, onde aguardaram lideranças dos movimentos e organizações sociais que previam se reunir com o governador Eduardo Leite (PSDB). Às 17h, representantes dos grupos entraram no Palácio Piratini para apresentar as reivindicações e, por lá, aguardaram Leite por um tempo. O governador, no entanto, não se reuniu com as manifestantes, alegando que se atrasou devido a uma agenda intensa. Ele pediu desculpas às mulheres presentes e propôs um encontro para a manhã desta quinta-feira.

 

Dois blocos de movimentos previam participar da reunião com o governador, o Fórum Estadual das Mulheres e o 8M. Entre as reivindicações, pretendiam apresentar ao chefe do Executivo estadual o retorno da Secretaria Estadual da Mulher, extinta no governo Sartori, além da volta das Escolas do Campo e da garantia de transporte escolar a crianças assentadas. Outra pauta era o pedido de medidas para amenizar os impactos da seca para a agricultura familiar.

 

Uma das representantes do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos, Lurdes Marta Santin, enfatizou os motivos que levaram às manifestações. “Nós, mulheres, entendemos que temos um longo caminho ainda para a conquista e garantia dos nossos direitos. E é por isso que nós marcamos o 8 de março como um dia de luta. Pautamos várias demandas, sobretudo, a rede de proteção e enfrentamento da violência contra a mulher porque o estado do Rio Grande do Sul é campeão em feminicídios. Nós também trouxemos como pauta uma questão relacionada à essa crise ambiental. Na periferia está faltando muita água. Temos a expectativa se sermos ouvidas. Queremos, pelo menos, uma negociação para reestruturar as políticas públicas voltadas para as mulheres”.

 

Para Lurdes, participar das manifestações  de 8 de março significa reconhecer que ser mulher ainda é enfrentar dificuldades e desafios constantes. “Ser mulher é ser resistente. Ao nascer mulher já estamos em risco. Somos nós que produzimos e mantemos a vida. Ser mulher também é defender a vida e os nossos direitos até quando for possível”, completou.

 

Integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens, Alexania Rossato destacou a articulação das lutas de variados coletivos. Segundo ela, todas as causas possuem demandas urgentes para as condições de vida das mulheres do campo e das cidades. “Desde cedo, nossas ações incluem a denúncia da morte da Débora Moraes, feminicídio que ocorreu lá na barragem, na Lomba do Sabão, e a denúncia da própria situação da barragem, que é de responsabilidade do Dmae. Pela tarde realizamos um estudo com todas as mulheres, abordando diferentes temáticas, como privatização da Corsan e toda questão da água. No caso dos movimentos sociais do campo há uma pauta longa que diz respeito às reivindicações sobre a estiagem no estado. Há também a defesa da construção de uma política pública estadual em benefício das pessoas atingidas por barragem”, ressaltou.

 

As ações das mulheres começaram pela manhã com um ato ecumênico que denunciou o feminício de Débora Moraes, ocorrido em setembro de 2022, e a ameaça de rompimento da Barragem na Lomba do Sabão. Ainda pela manhã, houve audiência pública no Plenário da Assembleia para discutir a violência contra as mulheres, com a presença de integrantes das Comissões de Cidadania e Direitos Humanos, Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, e Segurança e Serviços Públicos e Modernização do Estado. Já no início da tarde, ocorreu a entrega do Troféu Mulher Cidadã, no Plenário Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do RS.




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