A Polícia Federal deve concluir na segunda quinzena desse mês o inquérito que apura se houve uma articulação para um golpe de estado em 2022. A investigação detalhará uma teia de conexões entre diversos órgãos do governo Bolsonaro trabalhando para impedir a posse de Lula.
O ex-presidente deverá ser indiciado, assim como vários de seus ministros, incluindo o general Braga Netto. O indiciamento será tipificado como tentativa de golpe, assim como está descrito no Código Penal. A informação é do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A investigação detalhará uma teia de conexões entre diversos órgãos do governo Bolsonaro trabalhando para impedir a posse de Lula. Jair Bolsonaro será indiciado, assim como vários de seus ministros, incluindo o general Braga Netto. O indiciamento será tipificado como tentativa de golpe, assim como está descrito no Código Penal.
Quem também será indiciado neste inquérito será Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e atual candidato de Bolsonaro à prefeitura do Rio de Janeiro. Para o colunista, o desfecho da investigação estará sintonizado com a reta final da campanha eleitoral. Por um lado, reforçará o discurso bolsonarista de que a Justiça o persegue. Por outro, é um risco para sua candidatura que, até agora, não saiu do chão.
Prazos
Com a conclusão desse relatório, a PF terá encerrado todo o rol de investigações abertas contra o ex-presidente, depois de um desfecho também nos casos de fraude no cartão de vacinas e das joias sauditas.
O relatório vai trazer o detalhamento dos atos criminosos e a atuação individualizada dos investigados.
Vários prazos de conclusão já foram estimados para este inquérito. Já houve expectativa de finalizar em julho e agosto, por exemplo. Mas, nos últimos meses, a PF incluiu novas informações, como o compartilhamento de provas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na avaliação de integrantes da PF, agora o relatório está muito perto de ficar pronto, o que deve ocorrer no próximo mês.
Em meio às especulações de que poderia haver prisões junto com os indiciamentos, há um entendimento na PF de que nenhuma ação policial pode interferir nas eleições. Alinhada a isso, a Procuradoria Geral da República (PGR), responsável pela etapa de denúncia, também tem sinalizado que medidas mais duras ficariam para depois das eleições.
Um investigador da PF ressalta que, “no momento oportuno”, as prisões dentro desse inquérito irão ocorrer. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).