O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deve abrir mão de concorrer à presidência do PSDB na eleição a ser realizada em novembro.
Leite diz que, num ano importante como o de eleições municipais, em 2024, o PSDB precisa de alguém com disponibilidade completa para liderar o partido, que vem sofrendo com derrotas eleitorais. A sigla, que já teve 991 prefeitos em 2000, elegeu 512 em 2020 — uma queda de 36% em relação aos 801 eleitos em 2016.
Para Leite, conciliar o governo gaúcho e a direção do PSDB, afundado em uma disputa interna pelo comando nacional, é “tarefa extremamente difícil”. Ele diz já ter cumprido um papel em um “processo de transição”, como as novas marca e forma de comunicação da legenda, e esperar ser possível encontrar outro nome para o cargo.
“A necessidade de atendimento das questões eleitorais vai exigir muito do presidente do partido, para estratégias de candidaturas, coligações, financiamento, vai demandar alguém com mais disponibilidade. Tanto quanto possível que seja uma outra pessoa, parece ser melhor para o partido. A condução do partido em um ano eleitoral vai exigir uma especial disponibilidade de tempo, e a minha é tomada para conduzir o Rio Grande do Sul”, declarou à imprensa em São Paulo, após a abertura do 9º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, do qual o seu Estado faz parte.
Na ocasião, ele também foi questionado se o PSDB negocia para trazer a deputada federal Tabata Amaral (PSB), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, mas negou as intenções.
O PSDB passa por uma briga fratricida que foi parar na Justiça. Na semana passada, a 13ª Vara Cível de Brasília rejeitou um recurso do PSDB e manteve uma decisão que anulou o ato que permitiu a Leite assumir a presidência do partido. A juíza Vanessa Trevisan também negou um pedido do autor da ação, o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Orlando Morando, para afastar Leite do comando da sigla imediatamente.
O PSDB afirmou, naquele momento, que recorreria ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, mas apontou que a decisão não deveria ter efeitos práticos. Isso porque o partido fará convenção para escolher a sua nova direção na segunda quinzena de novembro, como já estava previsto desde fevereiro deste ano.