O PSD expulsou de seus quadros o empresário Roberto Mantovani Filho, investigado por hostilidade ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. A expulsão ocorreu na terça-feira (18) e foi lançada nesta sexta (21) no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Procurado para confirmar sua decisão, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, explicou ter se valido de prerrogativa expressa no estatuto do partido para a desfiliação em resposta a ato disciplinar.
Embora o cancelamento automático seja facultado somente ao presidente do PSD, Kassab afirma ter consultado integrantes da Executiva e lideranças partidárias para realizar o desligamento.
Mantovani integrava o PSD desde março de 2016, pelo município de Santa Bárbara D´Oeste (SP), onde exerce influência política e também no futebol.
O advogado do empresário, Ralph Tórtima Filho, criticou a medida. “Muito surpreende atitudes precipitadas como essa, em que um homem de passado ilibado, como uma linda história de vida, é ‘julgado’ por ato que nem mesmo foi apurado nas instâncias cabíveis. O tempo evidenciará o desacerto e a injustiça cometida com essa esdrúxula decisão do partido PSD”, afirmou.
A data de expulsão coincide com a realização de operação de busca e apreensão na residência do casal investigado. O empresário tem direito de recurso, mas a manifestação não teria efeito suspensivo.
Mantovani é empresário de Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. Ele e a esposa Andrea são investigados pela Polícia Federal por terem agredido o filho de Moraes no aeroporto da capital italiana, no dia 14 de julho. Eles negam as agressões. O empresário, segundo a defesa, relator ter “afastado com o braço” o filho do ministro para defender a esposa.
Atuante na política, Mantovani se lançou candidato a prefeito de Santa Bárbara D’Oeste em 2004
Também é conhecido nos esportes da região, após ter ocupado o cargo de presidente do time União Barbarense, entre 1998 e 2001.
Confusão no aeroporto
Na ocasião, Andréa teria se aproximado do ministro e o chamado de “bandido, comunista e comprado”. Além dos xingamentos proferidos contra Moraes, o filho dele também teria sido agredido com um tapa por Roberto.
Roberto alegou à PF que não sabia que a discussão era com o filho do ministro.
A PF pediu ajuda à polícia em Roma para ter acesso às imagens das câmeras do aeroporto, em um acordo de cooperação internacional.