O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deverá reajustar o salário mínimo acima dos R$ 1.302, valor autorizado ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Durante a campanha, Lula prometeu aumento acima da inflação e, durante a transição, membros da equipe do petista falaram sobre um possível novo aumento, para R$ 1.320. Uma verba de R$ 6,8 bilhões (inferior aos R$ 7,7 bilhões necessários) chegou a ser reservada no Orçamento para esse fim.
Porém, agora, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o governo Lula está alegando falta de recursos e deverá desistir do segundo reajuste. A justificativa, informa o jornal, é que no fim de 2022 houve um aumento significativo no número de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cujos pagamentos são atrelados ao salário mínimo.
Na equipe econômica, um grupo argumenta que o aumento acima da inflação, prometido por Lula na campanha, já foi cumprido por Bolsonaro, já que o salário mínimo teve aumento de 7,4%, passando de R$ 1.212 para R$ 1.302. A inflação ficou em 5,79% e, portanto, o ganho real foi de 1,6%.
Nesse mesmo grupo, políticos dizem que Lula nunca se comprometeu publicamente com o valor de R$ 1.320 e, portanto, não teria ônus político. De acordo com a Folha, um integrante do primeiro escalão disse que “o aumento de apenas R$ 18 daria um bônus político limitado a Lula”.
Segundo o jornal, a equipe de Lula discute uma política permanente de valorização do salário mínimo, que leve em consideração o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), além da inflação.