A três dias das eleições, a vereadora Nádia Gerhard (PP) anunciou, na manhã desta quinta-feira, sua desistência em concorrer ao Senado e a decisão de apoiar o candidato do Republicanos, Hamilton Mourão. Nádia integrava a chapa majoritária encabeçada por Luis Carlos Heinze (PP), que segue na disputa pelo governo do Estado. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel no bairro Bela Vista, na qual ela estava acompanhada de Mourão. O vice-presidente disputa o Senado por outra chapa, aquela encabeçada por Onyx Lorenzoni, candidato ao governo pelo PL.
De acordo com as informações da Secretaria Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em função de o prazo para substituição de candidatos ter se encerrado em 12 de setembro (a única exceção é em caso de falecimento), a opção de voto em Nádia para o Senado continuará existindo na urna, e eleitores poderão escolhê-la. Mas, quando os votos forem totalizados, a votação da vereadora será anulada, ou seja, não será contabilizada com os válidos. E, em função de não haver tempo hábil para substituição, a renúncia abrange também os dois suplentes de senador da coligação. Na prática, não tem mais candidatura ao Senado. Ainda de acordo com as informações disponibilizadas pelo TRE, o termo de renúncia foi formalizado na manhã desta quinta-feira e deverá ser homologado ainda hoje.
Da coletiva no hotel nem Heinze e nem o presidente estadual do PP, Celso Bernardi, participaram. Até o início da tarde, sob a justificativa de que estava em uma intensa agenda de campanha, Heinze evitou entrevistas e fez apenas uma breve manifestação no twitter, informando que sua candidatura segue “firme e forte”. Sobre a renúncia, afirmou que lamenta, mas que respeita a decisão.
A justificativa de Nádia para a desistência e o apoio ao candidato de uma chapa adversária foi a de tentar impedir que o candidato do PT ao Senado, Olívio Dutra, vença a eleição. Questionada sobre se foram feitos levantamentos ou pesquisas prévias que indicassem que a mudança possa alterar o resultado da votação, a vereadora disse que não, mas afirmou ter certeza de que seus votos serão automaticamente transferidos para o candidato do Republicanos.
No anúncio, tanto a vereadora quanto Mourão insistiram em seu entendimento de que o vice-presidente seria "o único candidato da direita" ao Senado, e explicitaram a estratégia que pretendem seguir até o domingo, de tentativa de desqualificar a candidatura de Ana Amélia Lemos (PSD), que também disputa os votos do campo da centro-direita e direita.
Esta é a segunda renúncia nas eleições relacionadas ao Rio Grande do Sul. A primeira foi feita por Airton Ferronato, que também era candidato ao Senado, mas pelo PSB. Como ainda existia tempo hábil, a sigla optou por colocar a primeira suplente, Sanny Figueiredo, como substituta de Ferronato.
PP programa ato por Ana Amélia
Após o anúncio de Nádia, diversos prefeitos, lideranças e candidatos do PP comunicaram a realização de um ato, às 16h, para informar o apoio da sigla à candidatura de Ana Amélia. Entre os líderes do grupo está o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, que ressalta que a decisão de Nádia não é uma posição partidária, mas sim pessoal.
“Respeitamos a decisão de caráter pessoal da comandante Nádia em desistir e, não havendo mais essa candidatura do nosso partido, temos a liberdade e até o dever, como agentes políticos, de nos posicionar. Nada mais natural, pela relação que sempre tivemos com a Ana Amélia e pelo atendimento que sempre recebemos dela enquanto parlamentar às causas municipalistas, que seja confirmado nosso apoio a ela. Enxergamos na Ana Amélia as melhores condições de evitar uma vitória do PT e do PSOL nessa disputa ao Senado”, destacou.
A direção estadual do PP prometeu um posicionamento sobre a situação para as próximas horas.