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Bolo envenenado em Torres: marido cogitava separação de acusada, mas filho segurou

Segundo a polícia, Deise dos Anjos colocou arsênio na farinha utilizada no bolo

Publicada em 30/01/2025 as 06:49h por Redação O Sul
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 (Foto: Reprodução)

Em depoimento à Polícia Civil, Diego dos Anjos, marido de Deise dos Anjos, acusada de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Litoral Norte do RS, afirmou que cogitava a separação da mulher, principalmente depois da morte do seu pai, Paulo Luiz dos Anjos.

 

 

Segundo a Polícia Civil, Deise também foi a responsável pela morte de Paulo, três meses antes do episódio do bolo, ao envenenar o leite em pó que o sogro tomou durante o café da manhã. Diego, inclusive, pensava que ele tinha causado a morte do pai ao oferecer uma banana que estaria contaminada pelas águas das enchentes que atingiram o Estado no ano passado.

 

 

“Que após o óbito de seu genitor, o relacionamento piorou e o casal passou a cogitar a separação”, consta no depoimento de Diego. “Que nunca chegou a falar claramente à Deise que gostaria de se separar, apenas pensava na dinâmica de como seria as questões que envolvessem a separação… De certa forma, ‘o filho segurou o casamento’.”

 

 

Ainda no depoimento, Diego contou que a esposa tinha instabilidades. “Deise sempre foi briguenta, se irritando constantemente com situações pequenas com as outras pessoas”, relatou o marido à polícia. “Deise vai do 8 ao 80 muito rápido”, disse Diego aos policiais.

 

 

Sobre o bolo envenenado, a polícia acredita que Deise tinha como principal alvo a sogra, Zeli dos Anjos. Zeli foi a responsável pelo preparo do bolo de reis e afirmou, também em depoimento, que fez o alimento no dia 23 de dezembro e achou “a farinha estranha”.

 

 

Segundo a polícia, Deise colocou arsênio na farinha utilizada no bolo. O marido da acusada ainda relatou sobre um desentendimento com Deise ocorrido no dia 21 de novembro de 2024. “Deise queria que Zeli passasse o Natal com eles [ela, marido e filho], sendo que a sogra queria passar a data com as irmãs dela”, consta no depoimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Naja”

 

 

Também em depoimento, a sogra contou um histórico de desavenças e que descobriu que era “chamada de Naja” pela nora. “Soube somente agora, através da cunhada Regina, que era chamada assim”, consta no depoimento de Zeli.

 

 

Ainda segundo o depoimento da sogra, Deise nunca a chamou de “Naja” pessoalmente, em referência à serpente. Ela, contudo, afirmou que Deise tinha ciúmes e “copiava seu jeito de vestir, de se arrumar, comprava sapatos e acessórios iguais”.

 

 

Deise, o marido e o filho moram em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A sogra tem residências em Canoas e Arroio do Sal. O local onde ocorreu a tragédia foi o apartamento de Maida (irmã de Zeli), em Torres.

 

 

Além de Maida, outra irmã de Zeli, Neuza, morreu na madrugada do dia 24 de dezembro depois de ingerir o bolo com arsênio. Tatiana, sobrinha, morreu após ser hospitalizada, no dia 25.

 

 

A acusada foi presa em 5 de janeiro. “Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito”, afirmou a defesa da mulher. 




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