A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã de quarta-feira (4), a Operação Quia Prius, que investiga supostos crimes licitatórios e desvio de recursos públicos na prefeitura de Torres, no Litoral Norte gaúcho.
Cerca de 40 policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão em Torres, Xangri-lá, Arroio do Sal, Porto Alegre, São Leopoldo e Balneário Camboriú (SC).
Também foram cumpridas as determinações judiciais de bloqueio de valores em contas bancárias e aplicações financeiras até o limite aproximado de R$ 760 mil e apreensão de veículos com valores superiores a R$ 100 mil, além de bloqueio de direitos sobre alguns imóveis de luxo. Não houve prisões.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo em vista que um dos investigados detém foro por prerrogativa de função.
A investigação começou após indícios de irregularidades constatados durante a adesão, pela prefeitura de Torres, a uma ata de registro de preços de outra prefeitura, a qual teria resultado na contratação, por ambas os municípios, de uma mesma empresa relacionada a serviços médicos.
As irregularidades, que teriam começado na contratação, passariam ainda pelo sobrepreço dos serviços contratados e fragilidade na fiscalização. Conforme a PF, a principal empresa investigada, após encerrar o primeiro contrato com a prefeitura de Torres, foi novamente contratada por dispensa de licitação.
“Outras empresas, que apresentaram preços mais baixos, desistiram da disputa, de forma suspeita, afirmando não terem condições de prestar os referidos serviços”, explicou a corporação.
Prefeitura
A prefeitura de Torres divulgou uma nota após a operação. Confira na íntegra:
“A prefeitura de Torres esclarece sobre a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje, 4 de dezembro, durante a qual foram realizadas buscas e apreensões relacionadas à adesão de uma ata de contrato da área da saúde da prefeitura de Cidreira, datada de 2017, referente à prestação de serviços médicos. A prefeitura informa ainda que o contrato em questão não está mais vigente, tendo sido encerrado em meados de 2022. O prefeito Carlos Souza, a secretária de Saúde, Suzana Machado, e alguns servidores da pasta foram alvos de busca e apreensão de bens. Segundo informações, o processo foi iniciado pelo Ministério Público local, que transferiu a competência para a esfera federal em razão do uso de recursos federais. O prefeito Carlos mantém os compromissos na sede da prefeitura municipal, juntamente com os secretários, e afirma: ‘As informações que foram divulgadas pela imprensa na manhã de hoje são as mesmas às quais tivemos acesso até o momento. Estamos empenhados em contribuir e esclarecer o ocorrido com a maior brevidade possível'”.