Uma advogada e a mãe dela, servidora do Ministério Público, foram agredidas por policiais militares em uma ocorrência no estacionamento de um supermercado em Içara, no Sul de Santa Catarina, no sábado (9). Um vídeo mostra os militares imobilizarem uma das mulheres no chão e a colocarem, em seguida, no porta-malas da viatura, enquanto a outra reivindica o tratamento dado à filha e leva um tapa no rosto.
A advogada agredida é Aline Borges da Silva. Na segunda-feira (11), ela afirmou que estava em deslocamento para fazer um exame de corpo e delito e encaminhou imagens para a reportagem, onde mostra hematomas e cortes no rosto, braços e mãos. Procurada, a PM disse que apura a conduta dos militares.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC) afirmou que, além de ser agredida, Aline teve as prerrogativas profissionais violadas.
Procurada, a Polícia Civil disse que foi lavrado um termo circunstanciado por resistência e desacato contra os policiais. O caso foi remetido à delegacia de Içara.
Ocorrência
A Polícia Militar relatou que os policias foram chamados após um desentendimento entre uma funcionária do mercado e um cliente que teria injuriado a trabalhadora. A ocorrência foi registrada como injúria ou comunicação falsa de crime. O relatório detalhado do que ocorreu não foi divulgado.
Presidente da OAB de Criciúma, também no Sul catarinense, Alisson Matos explicou que a advogada estava com a mãe e o namorado no mercado quando passou a observar a ocorrência policial e se aproximou, o que desencadeou as violações.
A subseção da OAB na região condenou a ação e disse que acompanha o caso para dar a devida investigação dos fatos.
Em vídeo, uma das mulheres aparece caída no chão, gritando, enquanto está imobilizada por dois policiais militares. A outra discute com o outro agente, pedindo para que a filha seja solta. Outro PM chega e a confusão segue.
A mulher caída no chão é jogada na viatura e, antes do porta-malas se fechar, um dos agentes chuta a mulher e empurra a mãe dela. Por fim, o mesmo agente dá um tapa no rosto da mulher que estava fora do veículo.
A Polícia Civil foi procurada e não havia dado retorno até a última atualização desta reportagem. A reportagem também fez contato com a rede de mercados onde o caso aconteceu nesta segunda-feira. Em resposta, o local disse que iria verificar a situação.