O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e contravenção penal, no âmbito de uma investigação que apura a promoção de rifas virtuais ilegais.
O promotor de Justiça Flávio Duarte, responsável pela investigação, apresentou a denúncia ao Judiciário. Segundo o promotor, a análise dos materiais apreendidos na Operação Rifa$ – como documentos, celulares e redes sociais – permitiu identificar as infrações cometidas pelo influenciador e os valores obtidos por meio delas.
Loteria ilegal
De acordo com a denúncia, Nego Di utilizava as redes sociais para promover, entre novembro de 2022 e maio de 2024, rifas digitais sem autorização legal. Os sorteios ofereciam prêmios em dinheiro e bens, mediante contrapartida financeira, o que caracteriza a promoção ilegal de loteria. Estima-se que o influenciador tenha arrecadado aproximadamente R$ 2,5 milhões, fruto de mais de 300 mil transferências bancárias.
Fraude
Nego Di também foi denunciado por estelionato, acusação que se refere à rifa fraudulenta de uma Porsche Macan e R$ 150 mil em dinheiro, promovida a partir de dezembro de 2023. De acordo com a denúncia, ele utilizou vídeos em redes sociais e outros meios para enganar as vítimas, mas transferiu o veículo prometido a terceiros e manipulou o sorteio para que o número vencedor fosse o seu próprio. Em uma tentativa de ocultar a fraude, divulgou o nome de um falso ganhador.
Lavagem de dinheiro
A denúncia ainda inclui o crime de lavagem de dinheiro, no qual o influenciador e sua companheira teriam movimentado R$ 2,5 milhões entre novembro de 2022 e maio de 2024. Esses valores, provenientes das rifas ilegais, foram inicialmente transferidos para contas de terceiros e depois utilizados para a compra de veículos de luxo, imóveis em Porto Alegre, na Serra e no Litoral, além de despesas pessoais.
Uso de documento falso
Por fim, Nego Di foi denunciado pelo uso de documento falso. Em maio de 2024, Nego Di publicou nas redes sociais um comprovante falso de transferência bancária no valor de R$ 1 milhão às vítimas das enchentes no RS. Contudo, a operação real foi de apenas R$ 100, o que configura a utilização de um documento fraudulento.