A 4ª Vara do Júri de Porto Alegre decidiu que o homem acusado de matar a namorada e carbonizar o corpo dela em uma lareira irá a júri. O crime aconteceu em março de 2023, no bairro Lomba do Pinheiro, na Capital.
André Avila Fonseca é suspeito de assassinar Laila Vitória Rocha de Oliveira, de 21 anos. Ele teria matado a jovem com um golpe de espada e colocado seu corpo na lareira.
O réu enfrenta acusações de "homicídio qualificado pelo feminicídio, uso de meio cruel (fogo), recurso que dificultou a defesa da vítima e posse ilegal de arma de fogo".
A decisão de pronúncia foi proferida no dia 22 de agosto. A juíza Cristiane Busatto Zardo também manteve a prisão preventiva de André.
O processo tramita em segredo de justiça. Em um julgamento popular, um grupo de jurados decide se o réu deve ser condenado ou absolvido.
Conforme os registros policiais, André Ávila tem antecedentes. Em 2007, ele foi condenado por triplo homicídio tentado.
Relembre o caso
Laila Vitória era natural de Parauapebas, no Pará. Eles se conheceram pela internet em janeiro, e a vítima foi ao RS conhecer o suspeito em fevereiro.
Conforme afirmou a delegada Cristiane em 2023, a vítima estava com passagens compradas para retornar à terra natal na mesma semana que foi morta. Nos dias anteriores ao crime, André teria ficado com um comportamento agressivo.
''Testemunhas nos trouxeram prints de conversas em que ela afirma que estava com medo e que queria ir embora daqui. Ela estava contando os dias, falando com a mãe dela, com uma amiga, dizendo que tava indo embora e que tinha medo dele'', contou a autoridade policial na época.
A acusação sustenta que o motivo do crime foi a insatisfação do réu com o fim do relacionamento amoroso com a vítima.
Segundo a denúncia, vizinhos ouviram tiros e gritos na noite do crime.
Motivação religiosa foi descartada
Nas redes sociais, André se apresenta como "Victor Samedi''. Ele diz ser necromante e especialista em trabalhos de magia, como rituais de vingança e quebra de feitiços e demandas. De acordo com a Polícia Civil, o crime não teve motivações religiosas.
''A nossa investigação foca totalmente na linha de feminicídio. Inclusive, todas as provas que estão sendo trazidas ao nosso inquérito policial dão conta de uma violência contra a mulher'', sustentou a delegada em 2023.