A morte de uma criança de sete anos, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, chocou a família da vítima. Ana Pilar Cabrera foi morta a facadas na sexta-feira (9), segundo a polícia. A principal suspeita é a mãe da menina, uma mulher de 31 anos, que teve a prisão preventiva decretada no domingo (11).
"Era uma criança muito meiga, muito querida, sabe, educada. Não é porque era minha sobrinha, mas, que nem eu disse, quando eu recebi a notícia: 'o que fizeram com o meu mosquitinho?', que eu chamava ela assim, de 'meu mosquitinho'", falou.
David Nascimento, primo da suspeita, disse que a família foi pega de surpresa.
"Ela era uma mãe, vamos dizer, uma mãe normal, assim. A gente nunca soube que ela levantou a mão para ela, para a Aninha. Isso que pegou a gente mais de surpresa", contou.
Segundo a Polícia, a criança teria sido atingida por facadas. Ela foi encontrada dentro do apartamento onde morava, no terceiro andar de um prédio na área central do município. A mãe estava no local e foi detida em flagrante. Ferida, ela foi levada a atendimento médico.
Conforme o Tribunal de Justiça do RS, a juíza Fabiana Pangel considerou que estão presentes indícios de autoria do crime e por isso, converteu o flagrante em prisão preventiva, sem prazo para soltura.
"A gravidade com que se deu o crime necessita de maiores investigações, indicando a necessidade de manutenção da segregação da custodiada, a fim de garantir a devida instrução criminal", diz a magistrada.
O pai da criança foi avisado do crime, segundo a Justiça. O homem é argentino e estava separado da mãe da criança. O corpo de Ana foi enterrado no domingo.
Como foi o crime
Segundo a Brigada Militar (BM), os indícios são de que a vítima teria sido atacada dentro do apartamento onde morava, no terceiro andar de um prédio na área central do município.
Vizinhos acionaram a polícia após ouvirem gritos. O local foi encontrado com os móveis sujos de sangue. Uma faca foi localizada em cima da cama. Quando os socorristas do Samu chegaram, a criança já estava sem vida no corredor do prédio. As facadas atingiram a barriga e o peito da menina. Conforme a polícia, ela provavelmente tentava fugir.
Os policiais militares que atenderam a ocorrência perguntaram aos vizinhos como era o comportamento da mãe com a filha.
"Conforme o relato prévio dos vizinhos, não houve qualquer indício de briga ou fato que indicasse esse resultado no local", afirma o capitão Gilson Borges Nunes, da BM.
A mãe teve que ser levada para o hospital porque também estava ferida com golpes de faca. Uma das linhas de investigação é de que ela teria se autolesionado após supostamente ter tirado a vida da filha. A outra possibilidade é de que ela tenha tentado se matar.
A Polícia Civil esteve no prédio, conversou com moradores e levou imagens de câmeras de segurança para análise. A investigação apura o envolvimento de outras pessoas no crime.