Os dez médicos investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de fraude no ponto foram afastados do trabalho nesta quinta-feira (30). A decisão foi informada pela diretoria do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Os nomes dos profissionais não foram divulgados.
Outra medida anunciada pelo GHC é que os trabalhos da sindicância instaurada terão início na sexta-feira (1º). Serão ouvidas testemunhas e os médicos suspeitos. O prazo regulamentar para realizar a apuração é de 60 dias.
Na terça-feira (28), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para apurar possíveis crimes de peculato, falsidade ideológica ou estelionato contra o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre. De acordo com a investigação, dez médicos concursados — com salários entre R$ 14 mil e R$ 31 mil — registravam o início da jornada de trabalho no ponto eletrônico e saíam para outras atividades, como atendimento em clínicas particulares e outros hospitais.
"Ao final do expediente, eles retornavam para fechar o ponto, dando a entender que lá haviam permanecido durante todo o período", diz o comunicado divulgado pela PF.
O ponto de partida da operação foi uma denúncia anônima. Segundo a PF, foram seis meses de levantamento de provas. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em hospitais, clínicas e consultórios na Capital.
"A fraude, além de trazer prejuízos financeiros significativos ao HNSC, que não recebe a prestação do serviço contratado, também vitimiza os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que conta com menos médicos efetivamente trabalhando do que aqueles constantes em seus registros e folha de pagamento", pontua a PF.