Ligação do sequestrador para a família, faca no pescoço e viagem de 100 km: como foram as mais de 12h de refém do motorista de aplicativo em MG

Crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (9), em Uberlândia, e Lucas dos Santos Moreira foi preso depois de três horas de negociação. Vítima contou que aceitou a corrida solicitada por alguém usando o nome de uma mulher

Publicada em 11/10/2023 as 09:49h por Por g1 Triângulo ? Uberlândia

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 (Foto: g1)

O motorista de aplicativo sequestrado na madrugada de segunda-feira (9) foi mantido refém por mais de 12 horas. O autor do crime é Lucas dos Santos Moreira, que foi baleado e preso, mas antes de se entregar ficou 3 horas negociando com a Polícia Militar (PM) para liberar a vítima, que ficou com uma faca no pescoço.

Ao g1, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Lucas dos Santos Moreira não deu entrada em unidade prisional do Estado, até o momento.

 

A reportagem tenta contato com a defesa de Lucas e aguarda retorno da Polícia Civil sobre o andamento das investigações.

 

 

 

Como foram as mais de 12 horas de sequestro:

 

 

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• - 0h30 - início da corrida
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• - 1h30 – o carro da vítima passa pelo pedágio da BR-050, entre Uberlândia e Araguari;
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• - 2h – a filha estranhou a demora do pai voltar para a casa, ligou para ele, mas o sequestrador atendeu. Ao descobrir do sequestro, ela chamou a polícia;
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• - 4h – a esposa da vítima ligou para o marido, mas uma pessoa diferente atendeu dizendo: “não é seu marido, ele está fazendo um "corre’ comigo";
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• - 8h – o carro da vítima passa novamente pelo mesmo pedágio, mas desta vez no sentido contrário, de Araguari para Uberlândia;
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• - 9h – a polícia vê o veículo transitando pela BR-050, sentido Uberlândia;
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• - 11h – após uma denúncia de que o carro foi para o distrito de Miraporanga, um helicóptero localiza o veículo em uma área rural no km 50 da MGC-455;
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• Após esse horário, o sequestrador vê o helicóptero da PM e diz para a vítima “agora eu perdi”;
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• - 3 horas depois – depois de um longo tempo de negociação, com uma faca no pescoço, a vítima consegue se desvencilhar do criminoso.

 

 

 

 

 

 

Sequestro

 

Motorista aplicativo sequestrado Uberlândia — Foto: Redes sociais

 

 

A filha da vítima, primeira a noticiar a PM sobre o crime, contou pelo celular que o suspeito disse que "estava em fuga" com o motorista, mas que não o mataria, desligando o telefone em seguida. A partir desse momento, os policiais começaram as buscas pelo carro da vítima em Uberlândia e outras cidades da região.

 

Após todo o período de busca, um helicóptero da PM foi usado para localizar o veículo, que foi encontrado estacionado às margens da rodovia sem ninguém dentro. Um tempo depois, os policiais viram o sequestrador e a vítima saindo de uma área de mata. Ao perceber que foi flagrado, o suspeito agarrou o motorista e apontou uma faca para o pescoço dele.

 

Os militares tentaram acalmá-lo e um negociador foi chamado para tentar resgatar a vítima. Enquanto isso, o sequestrador ameaçava matar o homem e depois tirar a própria vida. Ele não estava cedendo, mas o motorista conseguiu escapar.

 

Nesse momento, os policiais atiraram nas pernas do sequestrador, acertando três disparos.

 

Segundo a PM, a vítima foi encaminhada para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Planalto, onde foi medicada e liberada em seguida. Já o suspeito foi preso e levado para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

 

 

 

Motorista aceitou corrida antes do crime

 

 

Aos militares, a vítima, de 44 anos, contou que trabalhava durante a madrugada quando aceitou uma corrida solicitada por alguém usando o nome de uma mulher. Porém, quando chegou ao lugar marcado, dois homens saíram de dentro de uma casa, e um deles entrou no veículo.

 

Quando seguia pela Avenida Professora Minervina Cândida de Oliveira, na altura do Bairro Osvaldo Rezende, o sequestrador apontou a faca para o pescoço dele e mandou que ele cancelasse a corrida para "dar uma volta" com ele.

 

 

Em seguida, ele foi forçado a dirigir por várias horas e passou por Araguari e Catalão (GO). Ele só parou já na MGC-497 após ficar sem combustível.