A mãe, uma tia e um tio de uma criança de 2 anos foram presos em flagrante, na madrugada deste domingo (24), por forjar o sequestro do menino, na Zona Sul de Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, eles responderão pelos crimes de denunciação caluniosa e associação criminosa.
O trio também foi enquadrado no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata sobre "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento".
"Durante todo o período de investigação, os autores tentaram ludibriar e enganar os policiais inventando histórias, com narrativas confusas sobre o paradeiro da criança", afirma a delegada Camila Defaveri, titular da 1ª Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
A criança foi encontrada em uma casa na Vila Vale do Salso, na Restinga. Um homem e uma mulher disseram à polícia que receberam R$ 300 para cuidar do menino por alguns dias. Ele está bem e ficou sob os cuidados da avó materna.
"Entendemos que seria um trauma a mais se o tirássemos do ambiente familiar. O Conselho Tutelar acompanha o caso e, se necessário, tomará as providências posteriores", explicou a diretora da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca), delegada Caroline Bamberg Machado.
A comunicação do falso sequestro mobilizou as forças policiais e viralizou nas redes sociais. Em uma postagem, a mãe da criança, uma mulher de 20 anos, afirmava que o filho havia sido raptado no bairro Cohab, na Zona Sul da Capital. Ela sustentava que um veículo branco teria levado o menino.
Em depoimento às autoridades, na sexta-feira (22), a mulher atribuiu o sequestro a um ex-cunhado (ex-companheiro da tia que foi presa). Segundo a Polícia Civil, há uma disputa judicial entre eles.
A investigação apurou que havia informações desencontradas e contradições nos relatos do trio. De acordo com a polícia, após análise de ligações telefônicas e mensagens de texto os três confessaram que mentiram sobre o sequestro.
Polícia prendeu três pessoas que forjaram sequestro de criança — Foto: Divulgação/Polícia Civil