Um homem de 23 anos invadiu uma residência e matou dois jovens esfaqueados enquanto dormiam no Jardim Jamaica, em Londrina, no Paraná, no último domingo (3). A motivação do crime seria um interesse amoroso não correspondido. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia.
Outra jovem também foi esfaqueada e sobreviveu ao ataque. Segundo seu depoimento à polícia, o agressor a perseguia nas redes sociais. Eles se conheceram no trabalho.
Daniel Takashi, que era atual namorado da sobrevivente, e Júlia Beatriz, sua amiga, morreram no local. A casa pertence à vítima sobrevivente, cujo nome não foi divulgado.
Os três eram alunos da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em nota, o Conselho do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) repudiou o crime.
“O Conselho do Centro de Educação, Comunicação e Artes manifesta seu profundo pesar pelo feminicídio que resultou nas mortes da estudante Julia Beatriz Garbossi e de Daniel Takashi Suzuki Sugahara. O Conselho de Centro do CECA repudia firmemente quaisquer atos de violência que atentem à vida humana, em especial os crimes de feminicídio motivados pelo machismo e misoginia.”
Segundo o delegado do caso, João Batista Dos Reis, a família do acusado alegou que o rapaz possui diagnóstico de esquizofrenia e que no dia do crime teria tido uma crise.
Após matar Júlia e Daniel, o agressor prendeu a ex-colega de trabalho com cordas e algemas por algumas horas. De acordo com a sobrevivente, ela teve que convencer o autor dos crimes a levá-la para o hospital devido aos ferimentos.
Ao chegarem na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sabará, o agressor mentiu aos médicos alegando que ambos foram vítimas de um roubo.
Quando a moça ficou sozinha no quarto de atendimento, informou aos funcionários da unidade que ele era o autor das lesões sofridas pela jovem.
De acordo com o delegado, a sobrevivente teve sérios ferimentos na região das mãos e perdeu parcialmente o movimento de um dos dedos. Ela recebeu alta no dia do ocorrido. A estudante ainda terá que passar por novos exames para verificar se ficará com sequelas.
O agressor conheceu a vítima há cerca de um ano, quando trabalharam juntos em um bar. Ambos se tornaram amigos no início, porém, teriam se afastado após o jovem demonstrar interesse amoroso pela moça, que já havia deixado claro ao rapaz que o sentimento não era recíproco.
De acordo com o delegado Reis, a jovem confirmou à polícia que o agressor a perseguia nas redes sociais. Após ser prontamente rejeitado, ele teria passado a criar perfis fakes na internet depois de ter sido bloqueado pela mulher.
A prática de perseguir virtualmente uma pessoa é considerada crime no Brasil desde março de 2021, com pena de reclusão, de seis meses a dois anos e multa.
Segundo a Polícia Civil do Paraná, um inquérito foi instaurado para investigar o caso e o acusado permanece preso.