O ginecologista e obstetra Felipe Sá, detido em Maringá, no norte do Paraná, está preso há mais de um mês por suspeita de abusar sexualmente de 42 mulheres. O médico ficou em silêncio durante o primeiro interrogatório feito na última semana.
Sá é investigado desde janeiro pelos crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. De acordo com a polícia, os crimes foram cometidos dentro do consultório particular onde ele atende.
O delegado Dimitri Tostes, responsável pelo caso, disse que durante o interrogatório o suspeito não respondeu aos questionamentos e ficou em silêncio. “Durante os depoimentos das vítimas, das testemunhas, provas materiais a gente vislumbra a possível prática do estupro de vulnerável, violação sexualmente, importunação sexual e violência psicológica”, disse.
O prazo para ser ouvido, segundo o delegado, foi para evitar qualquer constrangimento ou intimidação de mulheres que já prestaram ou que ainda prestarão depoimento e de novas vítimas que buscaram a delegacia.
A reportagem procurou a defesa do médico, mas não recebeu resposta.
De acordo com o delegado, ao concluir o inquérito, o que estava previsto para acontecer na sexta-feira (28), seria pedido a prisão preventiva do médico. Ele está preso temporariamente na cadeia pública de Maringá.
“Com o encerramento do inquérito, a gente vai postular a representação pela prisão preventiva, isso vai ser estudado nos próximos momentos”, disse.
Relembre o caso
– A prisão: ginecologista é preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Maringá; médico hipnotizou vítima, diz delegado.
– Professor: ex-alunas do ginecologista preso em Maringá, Felipe Sá, por suspeita de abuso dizem também ter sido violentadas.
– Denúncias: Polícia Civil afirma que 41 mulheres denunciaram ginecologista preso por abuso sexual em Maringá.
– Relatos: vítimas relatam abusos sofridos no consultório de ginecologista preso em Maringá. “Ele estava me examinando e ele tentou me estimular”.
– “Militante”: antes de ser preso, Felipe Sá produzia conteúdos sobre empoderamento feminino nas redes sociais. Ele também citava a valorização da autoestima das mulheres.
“Ele solicitava à vítima que realizasse determinados comportamentos, querendo, com isso, extrair vantagens. Porém, era um artifício empregado para confundir a vítima e obter vantagem sexual através disso. Isso caracteriza a violência sexual mediante fraude”, afirmou o delegado Dimitri Tostes, responsável pelo caso.
Perícia
A polícia explicou que o celular de Felipe Sá está passando por perícia porque ele teria trocado mensagens e arquivos com as pacientes.