A Operação Auxílio, da Polícia Federal (PF), cumpriu oito mandados de busca e apreensão na manhã dessa quarta-feira (25). O objetivo é a desarticulação de associação criminosa especializada em “cometer delitos que envolvem fraudes no recebimento do auxílio emergencial”, assim como outros benefícios. Dos oito mandados expedidos pela 3ª Vara Federal de São João de Meriti, seis alvos estavam situados em Nilópolis, na Baixada Fluminense (RJ).
As investigações foram iniciadas em 2020, baseadas em correlações estabelecidas entre os registros da Base Nacional de Fraudes ao Auxílio Emergencial (BNFAE), em que se detectou que os investigados receberam os valores dos benefícios de 55 contas fraudadas do auxílio emergencial.
“O grupo basicamente agia fraudando o aplicativo ‘Caixa Tem’. Eles tinham uma lista de beneficiários, (e) faziam uma falsa habilitação. A partir do momento que conseguiam a senha do aplicativo, faziam o resgate do benefício, transferiam esses valores para contas no mercado pago, pagamentos do boleto e até pagamentos de QR Code em maquininha”, detalha o delegado Leonardo Ferreira.
A estimativa da Polícia Federal é de que, em dois meses, o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 40 mil, valor que Ferreira calcula ser “muito maior”, que será avaliado a partir da continuidade da investigação.
Todos os oito mandados foram cumpridos — 6 em Nilópolis, assim como um em Anchieta, na Zona Norte da capital, e outro na Taquara, na Zona Oeste — e os agentes apreenderam computadores, celulares e um veículo de luxo, avaliado em R$ 150 mil, de acordo com a PF. Uma máquina de clonagem de cartões também está entre os itens apreendidos.
Os investigados responderão por estelionato e por associação criminosa. O material apreendido foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde “serão submetidos à perícia para continuidade das investigações”.
Em nota, a Caixa Econômica informou que atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação de casos suspeitos e na prevenção das fraudes no auxílio emergencial.
“Esclarecemos que informações relacionadas aos casos suspeitos de fraude e as ações realizadas pela área de segurança da Caixa para investigar e coibir fraudes possuem caráter sigiloso, sendo repassadas apenas às autoridades policiais e de controle, tendo em vista risco de comprometimento de investigações criminais em andamento”, dizia a nota.
O banco ainda ressaltou que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança, observando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a ocorrência de fraudes.
“Adicionalmente, esclarecemos que a Caixa possui estratégias, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento”, completou a nota.