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Governo americano afirma que Edmundo González venceu eleição na Venezuela

González é o candidato da Plataforma Democrática Unitária, coalização de oposição a Maduro

Publicada em 02/08/2024 as 06:52h por Redação O Sul
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 (Foto: Federico Parra)

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Edmundo González venceu as eleições na Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou Nicolás Maduro como vencedor no último domingo (28). A oposição, porém, alega fraude.

 

González é o candidato da Plataforma Democrática Unitária (PUD), coalização de oposição a Maduro, atual presidente venezuelano e que buscava a reeleição para um terceiro mandato.

 

“Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela”, diz o comunicado divulgado na quinta-feira (1º).

 

O resultado é contestado pela oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, e pela comunidade internacional. As acusações são de falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana e há pedidos para a publicação dos resultados das urnas. A PUD afirma que seu candidato recebeu 67% dos votos, contra 30% de Maduro —considerando cerca de 74% das atas das urnas.

 

González e Corina Machado estão ameaçados de prisão desde que contestaram o resultado das eleições. Para o governo americano, “as ameaças de Maduro contra líderes da oposição” são antidemocráticas e uma tentativa de se manter no poder.

 

O comunicado do secretário de Estado dos EUA diz ainda que os partidos venezuelanos devem começar a discutir “uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral”.

 

A Venezuela mergulhou em um impasse político e social após o CNE ter declarado o atual presidente, Nicolás Maduro, reeleito na eleição do último domingo, 28 de julho, e a oposição alegar ter havido fraude.

 

Diante do impasse, a Suprema Corte da Venezuela convocou os 10 candidatos à presidência –incluindo Maduro e González, a comparecerem nesta sexta-feira (2) para começar a auditoria da eleição. No entanto, integrantes da Suprema Corte foram indicados por Maduro e são alinhados a ele.

 

“Admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral”, expressou Caryslia Rodríguez, presidente da Suprema Corte. O CNE, órgão eleitoral, também é dirigido por um aliado de Maduro.

 

 

 

 

 

 

 

Comunicado na íntegra

 

DECLARAÇÃO DO SECRETÁRIO ANTONY J. BLINKEN

 

1º de agosto de 2024

 

 

Avaliação dos Resultados da Eleição Presidencial da Venezuela

 

Os Estados Unidos aplaudem o povo venezuelano por sua participação na eleição presidencial de 28 de julho, apesar dos desafios significativos. Pelo menos 12 milhões de venezuelanos foram pacificamente às urnas e exerceram um dos direitos mais poderosos concedidos às pessoas em qualquer democracia: o direito de votar. Infelizmente, o processamento desses votos e o anúncio dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, foram profundamente falhos, resultando em um resultado anunciado que não representa a vontade do povo venezuelano.

 

A declaração rápida do CNE de Nicolás Maduro como vencedor da eleição presidencial veio sem provas de apoio. O CNE ainda não publicou dados desagregados ou qualquer uma das atas de apuração dos votos, apesar dos repetidos apelos dos venezuelanos e da comunidade internacional para que o fizesse. Conforme relatado pela missão de observação independente do Carter Center, a falha do CNE em fornecer os resultados oficiais por distrito, bem como as irregularidades ao longo do processo, retiraram qualquer credibilidade do resultado anunciado pelo CNE.

 

Enquanto isso, a oposição democrática publicou mais de 80 por cento das atas de apuração recebidas diretamente das seções eleitorais em toda a Venezuela. Essas atas indicam que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos nesta eleição por uma margem insuperável. Observadores independentes corroboraram esses fatos, e esse resultado também foi apoiado por pesquisas de boca de urna e contagens rápidas no dia da eleição. Nos dias desde a eleição, consultamos amplamente parceiros e aliados ao redor do mundo, e embora os países tenham adotado diferentes abordagens em sua resposta, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu a maioria dos votos nesta eleição.

 

Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela.

 

Além disso, os Estados Unidos rejeitam as alegações infundadas de Maduro contra líderes da oposição. As ameaças de Maduro e de seus representantes de prender líderes da oposição, incluindo Edmundo González e María Corina Machado, são uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder. A segurança e proteção dos líderes e membros da oposição democrática devem ser garantidas. Todos os venezuelanos presos enquanto exerciam pacificamente seu direito de participar do processo eleitoral ou exigir transparência na tabulação e anúncio dos resultados devem ser liberados imediatamente. As forças de segurança e a aplicação da lei não devem se tornar um instrumento de violência política usado contra cidadãos que exercem seus direitos democráticos.

 

Parabenizamos Edmundo González Urrutia por sua campanha bem-sucedida. Agora é o momento para os partidos venezuelanos começarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano. Apoiaremos plenamente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos para considerar maneiras de fortalecê-lo conjuntamente com nossos parceiros internacionais.




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