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Rússia possui o maior número de ogivas nucleares do mundo

Uma maleta nuclear, que possibilita o lançamento de ogivas, está sempre com Putin

Publicada em 14/03/2024 as 07:51h por Redação O Sul
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 (Foto: Mikhail Klimentyev/Sputnik)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país está tecnicamente preparado para uma guerra nuclear e que, se os Estados Unidos mandarem tropas para a Ucrânia, a atitude seria considerada uma “escalada significativa da guerra”.

 

A Rússia, que herdou as armas nucleares da União Soviética, possui o maior número de ogivas nucleares do mundo, segundo a Federação dos Cientistas dos EUA. Ogiva é uma arma nuclear “guardada” em uma cápsula para ser colocada na parte cilíndrica de um foguete, míssil ou projétil.

 

 

 

 

 

Superpotência nuclear

 

Durante a Guerra Fria, a União Soviética chegou a ter 40 mil ogivas simultaneamente, enquanto os EUA possuíam cerca de 30 mil. Putin controla 5.580 ogivas, segundo a Federação dos Cientistas dos EUA.

 

Destas, 4.380 estão armazenadas para uso em lançadores estratégicos de curta e de longa distância e outras 1.200 estão “aposentadas” – fora do arsenal oficial, mas provavelmente intactas, guardadas em bunkers.

 

Das que estão armazenadas, 1.710 estão posicionadas: são cerca de 870 em mísseis balísticos para lançamento em terra, cerca de 640 para lançamento de submarinos e possivelmente 200 em bases aéreas, diz a Federação dos Cientistas.

 

 

 

 

 

Em quais situações armas nucleares seriam usadas?

 

A Rússia publicou em 2020 sua doutrina nuclear, na qual são estabelecidas as condições em que um presidente russo pode considerar usar uma arma nuclear: como resposta a um ataque à Rússia com armas nucleares ou outras armas de destruição em massa ou em resposta a um ataque realizado com armas convencionais contra a Rússia “quando a própria existência do Estado russo estiver ameaçada”.

 

 

 

 

Quem dá a ordem para o lançamento de uma arma nuclear na Rússia?

 

Putin é o principal responsável pela decisão sobre o uso de armas nucleares russas. Uma maleta nuclear, que possibilita o lançamento de ogivas, está sempre com o presidente.

 

Acredita-se que o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, também tenham uma dessas maletas.

 

A maleta nuclear é uma ferramenta de comunicação que conecta o presidente aos seus principais militares e, em seguida, às forças de foguetes por meio da rede de comando e controle eletrônico altamente secreta chamada “Kazbek”.

 

Ela funciona assim: se a Rússia considerar que está sofrendo um ataque nuclear, Putin abre a maleta e envia uma ordem de lançamento direto para o comando do Estado-Maior e unidades de comando de reserva que detêm códigos nucleares. Tais ordens se propagam rapidamente por diferentes sistemas de comunicação para unidades de força de foguetes estratégicos, que, então, lançam mísseis, que poderiam ter os Estados Unidos e a Europa como alvos.

 

Se um ataque nuclear for confirmado, Putin também poderia ativar um sistema de último recurso, chamado “Dead Hand” ou “Perimetr”, em que computadores decidiriam o dia do “juízo final”. Um foguete de controle ordenaria ataques nucleares de todo o arsenal russo.

 

 

 

 

A Rússia realizará testes nucleares?

 

Putin afirmou que a Rússia consideraria testar uma arma nuclear caso os Estados Unidos o fizessem. Em 2023, o presidente russo assinou uma lei que retirou a Rússia do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares. Até hoje, a Rússia pós-soviética não realizou nenhum teste nuclear.

 

 

 

 

Ucrânia

 

A Rússia está em guerra com a Ucrânia há mais de dois anos, após Putin ordenar uma invasão em larga escala em território ucraniano em fevereiro de 2022.

 

As tensões na guerra estão acirradas nas últimas semanas após o presidente da França, Emmanuel Macron, dizer que não está descartada a possibilidade de países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) mandarem tropas para ajudar a Ucrânia.

 

Em resposta, Putin disse que caso algum país do Ocidente envie tropas à Ucrânia, uma guerra entre a Rússia e a Otan seria inevitável, e também ameaçou usar armas nucleares “capazes de destruir a civilização”.

 

A Rússia realiza eleições presidenciais entre esta sexta-feira (15) e domingo (17). Putin está no final do seu quarto mandato como presidente. Como ele tem o controle do sistema político da Rússia, sua reeleição está praticamente garantida.




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