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Novo avião movido a eletricidade faz voos experimentais nos Estados Unidos

Aeronave CX300 em voo teste no estado de Nova York

Publicada em 07/11/2023 as 08:54h por Redação O Sul
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 (Foto: Tony Cenicola/NYT)

Chris Caputo estava na pista do Aeroporto Internacional de Burlington, em Vermont (EUA), no início de outubro, olhando para as nuvens ao longe. Ele já havia pilotado aeronaves militares e comerciais em sua longa carreira, acumulando milhares de horas de voo, mas a viagem que estava prestes a fazer seria diferente.

 

Isso porque o avião que Caputo pilotaria funciona com baterias. Ao longo dos 16 dias seguintes, ele e seus colegas voariam com o modelo CX300, construído por seu empregador, a Beta Technologies, pela costa leste. Fizeram quase duas dezenas de paradas para descansar e recarregar as baterias, voando pelo espaço aéreo congestionado de Boston, Nova York, Washington e outras cidades.

 

Quando a jornada chegou ao fim na Flórida, a Beta entregou o avião à Força Aérea, que fará experimentos com ele nos próximos meses. A viagem ofereceu uma visão do que a aviação poderá ser daqui a alguns anos – uma aviação em que os céus estarão cheios de aeronaves que não emitem os gases de efeito estufa que estão aquecendo perigosamente a Terra.

 

 

Fantasia

 

“Estamos realizando um trabalho realmente significativo para o nosso país e o planeta”, disse Caputo. “É difícil não querer fazer parte disso.”

 

Durante a maior parte da história da aviação, aeronaves elétricas não passavam de uma fantasia. Mas avanços tecnológicos, particularmente em baterias, e bilhões de dólares em investimentos ajudaram a tornar o transporte aéreo elétrico de curta distância viável – e, seus defensores esperam, comercialmente lucrativo.

 

A Beta, uma empresa privada, arrecadou mais de US$ 800 milhões de grandes investidores como Fidelity, o Climate Pledge Fund da Amazon e a empresa de private equity TPG Capital. A empresa emprega cerca de 600 pessoas, principalmente em Vermont, e recentemente terminou a construção de uma fábrica em Burlington, onde planeja produzir em massa suas aeronaves, que ainda não foram certificadas pela Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA.

 

A primeira será a CX300, uma aeronave futurista com uma envergadura de 15 metros, janelas amplas e hélice traseira. Projetada para transportar cerca de 567 kg de carga, será seguida em breve pela A250, que compartilha cerca de 80% do design da CX300 e é equipada com rotores de sustentação para decolagem e aterrissagem como um helicóptero. Ambas as aeronaves, que a Beta comercializa como Alia, transportarão eventualmente passageiros, segundo a empresa.

 

 

Corrida

 

A Beta é uma das muitas empresas que trabalham na aviação elétrica. Na Califórnia, a Joby Aviation e a Archer Aviation estão desenvolvendo aeronaves movidas a bateria capazes de voar verticalmente, que, segundo eles, transportarão um punhado de passageiros em curtas distâncias. Essas empresas têm apoiadores como Toyota, Stellantis, United Airlines, Delta Air Lines e grandes firmas de investimento. Fabricantes estabelecidos como Airbus, Boeing e Embraer também estão trabalhando em aeronaves elétricas.

 

O avião da Beta não é tão grande e poderoso quanto os jatos que Caputo pilotou para a Força Aérea, a Guarda Nacional Aérea ou a Delta. Mas o que falta em peso, ele compensa em charme, disse ele, observando que o avião é incrivelmente silencioso e responsivo, tornando-o um prazer de pilotar. “Você pode ouvir e sentir o ar passando pelas superfícies de controle de voo.”




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