O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas já deixou, ao menos, 9.103 mortos. O Ministério da Saúde do Hamas no seu último relatório, publicado no sábado, informou que 7.703 pessoas morreram desde o início do combate. O governo de Israel, em sua última atualização, alega que o número de mortos em território israelense é de 1.400.
Os ataques à Faixa de Gaza ganharam ainda mais intensidade nas últimas horas. Nesse sábado (28), o porta-voz do serviço de Defesa Civil de Gaza informou que centenas de edifícios e casas foram “completamente destruídos” apenas nos bombardeios israelenses da madrugada. A comunicação foi cortada em Gaza na sexta-feira.
Segundo o Exército israelense, 150 alvos subterrâneos foram atingidos no norte da Faixa de Gaza, onde afirma que o Hamas conduz suas operações a partir de uma gigantesca rede de túneis. Ainda informou ter matado “vários terroristas do Hamas”, incluindo um dos responsáveis pela organização da ofensiva de 7 de outubro.
A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pede uma “trégua humanitária imediata”, na sexta-feira. No entanto, o texto aprovado é de caráter recomendativo — os países envolvidos não são obrigados a aplicar a resolução.
O representante de Israel na ONU, Gilad Erdan, classificou a resolução como uma “infâmia”. No X (o antigo Twitter) o chanceler israelense, Eli Cohen, afirmou que Israel rejeita “abertamente o apelo desprezível da Assembleia Geral da ONU para um cessar-fogo”. “Israel pretende eliminar o Hamas tal como o mundo lidou com os nazis e o Estado Islâmico”, comentou.
Angústia de familiares
Familiares de reféns levados de Israel pelo Hamas estão demonstrando preocupação com o avanço militar israelense em Gaza.
O Fórum de Famílias Desaparecidas disse que a noite em que as tropas se deslocaram para o norte de Gaza foi “a pior noite” até agora.
Eles queixaram-se do impacto de uma operação terrestre no bem-estar dos cerca de 200 reféns ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se encontrou com as famílias no sábado (28). Netanyahu prometeu fazer todo o possível para trazê-los de volta para casa e disse que a recuperação dos reféns era parte central dos objetivos militares.
Após a reunião de Netanyahu com as famílias, o Hamas disse que Israel teria de libertar todos os prisioneiros palestinos para garantir a liberdade dos reféns.
Netanyahu disse que a ideia de um acordo de troca envolvendo reféns por prisioneiros foi discutida no gabinete de guerra israelense, mas se recusou a dar detalhes.
Os reféns foram feitos por homens armados do Hamas durante um ataque sem precedentes no sul de Israel, em 7 de Outubro, no qual 1.400 pessoas foram mortas.
As pessoas que estão em cativeiro em Gaza incluem dezenas de crianças e idosos, bem como militares. Pelo menos 135 são estrangeiros ou com dupla nacionalidade, incluindo 54 tailandeses, 15 argentinos e dois britânicos, segundo o governo israelense.
O Hamas – que é considerado grupo terrorista por Israel, Reino Unido e outras potências – libertou até agora quatro reféns após mediação do Qatar e do Egito. Duas idosas israelenses foram libertadas na segunda-feira e uma americana e a sua filha foram libertadas em 20 de Outubro.