Mais de quarenta estados americanos entraram com um processo contra a gigante tecnológica Meta, onde acusam o Facebook e o Instagram de prejudicarem “a saúde física e mental dos jovens”. A empresa, dona das plataformas sociais e também do WhatsApp foi formalmente acusada, de acordo com o documento apresentado nesta semana perante um tribunal na Califórnia. As informações são da AFP.
“A Meta explorou tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair (…) e, finalmente, prender jovens e adolescentes com o objetivo de obter lucros”, afirmam os procuradores-gerais dos estados que entraram com a ação.
“Ao fazer isso, a Meta contribuiu significativamente para a atual crise de saúde mental entre nossas crianças e adolescentes”, disse a procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell.
Os estados, governados tanto por democratas como por republicanos, acrescentam que a empresa californiana “ocultou a maneira como essas plataformas exploram e manipulam seus consumidores mais vulneráveis” e “negligenciou o dano considerável que essas plataformas causaram à saúde mental e física dos jovens de nosso país”.
A ação legal é o resultado de investigações iniciadas em 2021 sobre os métodos das duas plataformas, considerados “viciantes” pelas autoridades dos Estados Unidos. Os procuradores-gerais decidiram fazer algo sobre, depois que uma ex-funcionária do Facebook denunciou as práticas da empresa que trabalhava.
“Ao fazer isso, a Meta contribuiu significativamente para a atual crise de saúde mental entre nossas crianças e adolescentes”, disse a procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell.
A engenheira da computação Frances Haugen vazou mais de 20 mil páginas de documentos internos e denunciou para parlamentos de vários países que a rede social priorizou seus lucros acima da segurança dos usuários. A ação, movida também acusa a Meta de violar a Lei de Privacidade Infantil. Os estados pedem aos tribunais o encerramento de suas práticas e exigem o pagamento de multas.
Os procuradores-gerais dos EUA frequentemente confrontam as gigantes da tecnologia, especialmente em questões de monopólio ou proteção de informações pessoais.
Frente às acusações, um porta-voz da empresa afirmou à Reuters que a Meta está desapontada, porque, “em vez de trabalhar de forma produtiva com empresas de todo o setor para criar padrões claros e adequados à idade para os diversos aplicativos que os adolescentes usam, os procuradores-gerais escolheram esse caminho”.
O representante não detalhou que iniciativas poderiam ter sido tomadas. Dentre as ferramentas utilizadas pela Meta para viciar os usuários mais jovens, estão o “scroll infinito”, recurso que faz com que a exibição de uma página não tenha fim, e a reprodução automática de Reels ao fim de stories, que criaria um “temor de estar perdendo algo”.