O Ministério da Saúde palestino confirmou nessa sexta-feira (13) que 1.799 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra em Israel no sábado (7). Outras 6.388 pessoas ficaram feridas por conta dos bombardeios israelenses em retaliação ao ataque do grupo radical islâmico Hamas.
Do outro lado da guerra, na quinta-feira (12), o número de mortos em Israel passava de 1.300, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI).
Crise humanitária
Após o anúncio de um “cerco total” à Faixa de Gaza, – no qual Israel cortou o acesso da região a alimentos, água, medicamentos e energia – a crise humanitária na região se agravou.
A Cruz Vermelha alertou que o número de mortos pode passar a crescer mais rapidamente, uma vez que os hospitais em Gaza “correm risco de se transformarem em necrotérios” à medida que ficam sem energia durante o bombardeio israelense ao enclave.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também chamou atenção para o assunto e alertou que os hospitais da região estão chegando “no limite” e que “o tempo está se esgotando” para evitar uma catástrofe humanitária.
“Sem a entrada imediata de ajuda, os serviços essenciais de saúde serão paralisados”, escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X, antigo Twitter.
Entenda
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), a Guerra dos 6 Dias (1967), a 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000).
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina, em 1947, em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, líderes árabes não aceitaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.