O Egito aceitou receber os brasileiros que desejam sair da Faixa de Gaza. A confirmação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na noite desta sexta-feira (13). Segundo Vieira, a população confinada na região deve sair neste sábado (14) em um ponto mais próximo da fronteira com Gaza, que não demande longa viagem pelo território egípcio.
Inicialmente, o Brasil negociava com o Egito que os 22 brasileiros saíssem de Gaza pela passagem de Rafah, entrasse no Egito e, em território egípcio, fosse de ônibus até o Cairo, onde estaria o avião brasileiro. Mas o Egito apresentava resistências, com receio de que o grupo se tornasse refugiado no país.
“[Os cidadãos brasileiros] sairiam neste ônibus, que os transportará amanhã [sábado]. O que nós propusemos é que saíssem e fossem levados para um aeroporto, uma localidade muito próxima da fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira, estará esperando”, confirmou Vieira em Nova York, durante entrevista coletiva após uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O avião brasileiro que deverá tirar o grupo do Egito é uma aeronave de uso da Presidência da República, que saiu de Brasília nesta quinta-feira (12) e pousou em Roma. Na capital italiana, aguarda autorização do Egito para ir ao continente africano.
“Amanhã [sábado], eles vão sair. Espero que possam sair amanhã de manhã, chegar a essa localidade fora da Faixa de Gaza e então continuarem, por terra, uma distância que não é muito grande — também não posso e não sei dizer exatamente —, onde estará chegando o avião que vai levá-los”, completou.
Vieira condenou a violência do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas e fez um apelo para a criação de um corredor humanitário que permita a evacuação da população civil. “Ao final, após pedido de membros do Conselho de Segurança, o Brasil vai continuar a trabalhar continuamente com todas as delegações visando uma posição unificada do conselho para a situação”, afirmou.
Conforme o ministro, o Brasil, que preside temporariamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, vai se esforçar para evitar uma catástrofe humanitária.
“O objetivo imediato é claro e urgente: prevenir mais derramamento de sangue e perda de vidas e tentar garantir acesso humanitário urgente para as áreas mais atingidas”, declarou.
O prazo dado pelo governo israelense para a retirada de 1 milhão de pessoas da parte norte da Faixa de Gaza terminou à 0h local (18h no horário de Brasília). As forças israelenses, no entanto, não deixaram claro quando começará a ofensiva armada na região.