Cuba afirma ter descoberto uma rede de tráfico de seres humanos para lutar pela Rússia na guerra na Ucrânia, disse o Ministério das Relações Exteriores de Havana nesta segunda-feira (4).
“O Ministério do Interior detectou e está trabalhando para neutralizar e desmantelar uma rede de tráfico de pessoas que opera a partir da Rússia, a fim de incorporar cidadãos cubanos que vivem lá e mesmo alguns que vivem em Cuba, nas forças militares que participam em operações militares na Ucrânia”, frisou o ministério em comunicado.
O comunicado do governo cubano forneceu poucos detalhes, mas disse que processos criminais foram iniciados contra os envolvidos.
“Cuba não faz parte da guerra na Ucrânia. Está agindo e agirá com firmeza contra aqueles que dentro do território nacional participam em qualquer forma de tráfico de pessoas para fins de mercenarismo ou recrutamento para que os cidadãos cubanos possam levantar armas contra qualquer país”, afirmou.
O governo russo não se pronunciou sobre as alegações. Havana já defendeu Moscou, seu antigo aliado da era da Guerra Fria, durante a guerra contra a Ucrânia. Em entrevista dada no mês de maio, o presidente cubano Miguel Diaz-Canel disse à rede estatal russa RT que Cuba condenava “a expansão da Otan em direção às fronteiras da Rússia”, ecoando um ponto de discussão usado pelo Kremlin para justificar a sua invasão.
Ele também criticou as sanções económicas dos Estados Unidos à Rússia, ao mesmo tempo que anunciava “projetos de cooperação e colaboração” russos em desenvolvimento em Cuba.