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O macarrão feito de insetos que divide italianos

Esse é um tagliatelle de grilo servido com bacon e abobrinha

Publicada em 17/07/2023 as 08:10h por Redação O Sul
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 (Foto: Reprodução)

Em uma fazenda perto dos Alpes, no norte da Itália, contêineres com milhões de grilos pulando e cantando alto são empilhados uns sobre os outros. Esses grilos estão prestes a se tornar comida. O processo é simples: são congelados, fervidos, secos e depois pulverizados.

Aqui na Italian Cricket Farm, a maior fazenda de insetos do país, cerca de um milhão de grilos são transformados em ingredientes para alimentação todos os dias.

Ivan Albano, que administra a fazenda, abre um recipiente para revelar uma farinha marrom clara que pode ser usada na produção de massas, pães, panquecas, barrinhas energéticas – e até isotônicos. Comer grilos, formigas e vermes é comum em partes do mundo há milhares de anos.

Agora, depois que a União Europeia (UE) aprovou a venda de insetos para consumo humano no início deste ano, haverá uma mudança de atitude em toda a Europa?

Bem, em nenhum lugar da Europa há mais resistência a comer insetos do que na Itália, segundo dados da empresa global de opinião pública YouGov, e as objeções vêm de cima – o governo já tomou medidas para proibir seu uso em pizzas e massas.

“Vamos nos opor, por qualquer meio e em qualquer lugar, a essa loucura que empobrece nossa agricultura e nossa cultura”, escreveu o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini no Facebook.

Mas será que tudo isso está prestes a mudar? Vários produtores italianos vêm aperfeiçoando massas, pizzas e lanches de grilo.

“O que fazemos aqui é muito sustentável”, diz Ivan. “Para produzir um quilo de pó de grilo, usamos apenas cerca de 12 litros de água”, acrescenta, lembrando que produzir a mesma quantidade de proteína de vaca requer milhares de litros de água.

A criação de insetos também requer apenas uma fração da terra usada para produzir carne. Dada a poluição causada pela indústria de carne e laticínios, cada vez mais cientistas acreditam que os insetos podem ser a chave para combater as mudanças climáticas.

Em um restaurante perto de Turim, o chef Simone Loddo adaptou sua receita de massa fresca, que remonta a quase 1.000 anos – a massa agora é 15% de pó de grilo.

O local emana um cheiro forte de nozes. Alguns dos comensais se recusam a experimentar o tagliatelle de grilo, mas aqueles que o fazem – inclusive eu – ficam surpresos com o sabor. O pó de grilo é um alimento repleto de vitaminas, fibras, minerais e aminoácidos. Um prato contém mais fontes de ferro e magnésio, por exemplo, do que um bife normal.

Mas essa é uma opção realista para quem quer comer menos carne? A questão principal é o preço.

“Se você quiser comprar comida à base de grilo, vai custar caro”, diz Ivan. “A farinha de grilo é um produto de luxo. Custa cerca de 60 euros (R$ 323) por quilo. Se você levar macarrão de grilo, por exemplo, um pacote pode custar até 8 euros (R$ 48).”

Isso é até oito vezes mais do que a massa normal do supermercado.

Por enquanto, os alimentos com insetos continuam sendo uma opção de nicho nas sociedades ocidentais, já que os agricultores podem vender aves e carne bovina a preços mais baixos.




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