Cinco turistas mexicanos e um piloto nepalês morreram, nesta terça-feira (11), em um acidente de helicóptero pouco depois da decolagem, anunciaram as autoridades do Nepal. O avião da Manang Air decolou perto de Lukla, porta de entrada para expedições para escalar o Everest, nesta terça-feira e seguia para a capital Katmandu com cinco viajantes mexicanos e um piloto nepalês a bordo.
Segundo o "Himalayan Times", o piloto era Chet B Gurung. Os cinco passageiros eram membros da mesma família: Fernando Sifuentes, de 95 anos; Ismail Sifuentes, 98; Abril Sifuentes, 72; Olacio Luz Gongalez, 65; e Maria Jese Sifuentes, 52.
O helicóptero perdeu contato oito minutos após a decolagem, informou a Autoridade de Aviação Civil do Nepal (CAAN) em comunicado.
"Moradores e policiais no local informam que todos os seis corpos foram recuperados", disse à AFP Pratap Babu Tiwari, diretor do Aeroporto Internacional de Tribhuvan.
Dois helicópteros e várias equipes terrestres foram mobilizados para uma missão de busca e resgate, mas não conseguiram pousar perto do local do acidente devido ao clima.
"Os corpos estão sendo transferidos por terra para helicópteros para que possam ser transportados para Katmandu", disse Tiwari.
Lhakpa Sherpa, morador da área que se juntou aos esforços de busca e resgate, disse que o local do acidente é "muito assustador".
"Parece que o helicóptero primeiro colidiu com uma árvore e depois caiu no chão. Deixou um pequeno buraco no chão", disse ele.
O primeiro-ministro, Pushpa Kamal Dahal, expressou seu "pesar" pelo acidente, segundo seu gabinete no Twitter, enquanto a embaixada do México na Índia indicou, na mesma rede social, que está "em comunicação contínua e trabalhando com as autoridades nepalesas em relação ao trágico acidente".
O Nepal tem uma indústria em expansão de helicópteros privados, que transportam turistas e cargas para cantos remotos deste país do Himalaia, onde o acesso rodoviário é limitado ou inexistente.
Mas o país é conhecido por sua fraca segurança aérea. O incidente desta terça-feira é o mais recente de uma série de acidentes aéreos no país.
Em maio, uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas quando um helicóptero caiu no leste do Nepal após deixar uma carga para um projeto hidrelétrico.
Em 2015, durante as operações de resgate após um terremoto devastador, vários acidentes de helicópteros custaram mais de uma dúzia de vidas.
O Nepal tem algumas das pistas de aviação mais remotas e difíceis do mundo, flanqueadas por picos nevados que representam um desafio significativo até mesmo para pilotos experientes.
O clima também pode mudar rapidamente nas montanhas, criando condições de voo muito difíceis. O setor de aviação do Nepal também foi afetado pela falta de treinamento de pilotos e problemas de manutenção.
Em janeiro, um acidente de avião no oeste do país matou 72 pessoas. O avião, da Yeti Airlines, caiu em um desfiladeiro, quebrou em pedaços e pegou fogo ao se aproximar da cidade de Pokhara (centro).
Em 2018, um avião da US-Bangla Airlines caiu perto do Aeroporto Internacional de Katmandu, conhecido por sua dificuldade para pousos e decolagens, um acidente quee deixou 51 mortos e 20 feridos em estado grave.
Em 1992, no acidente aéreo com mais vítimas na história do Nepal, 167 pessoas morreram quando um avião da Pakistan International Airlines caiu quando se aproximava do aeroporto de Katmandu.
Apenas dois meses antes, um avião da Thai Airways caiu perto do mesmo aeroporto, uma tragédia que matou 113 pessoas.
A União Europeia proibiu todas as companhias aéreas nepalesas de entrar em seu espaço aéreo por razões de segurança.