O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou, nesta sexta-feira (23), como “ameaças” as exigências da UE (União Europeia) para a finalização do acordo do bloco com o Mercosul.
O petista deu a declaração durante a Cúpula Sobre Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, na França. Ele discursou ao lado do presidente francês Emmanuel Macron.
No pronunciamento, Lula se referiu a dispositivos que preveem sanções, consideradas “duras” pelo governo brasileiro, em caso de descumprimento de obrigações por parte dos países participantes do acordo.
“Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”, afirmou o presidente.
O acordo entre os dois blocos é negociado desde 1999. Em 2019, foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, as relacionadas a aspectos políticos e de cooperação.
Desde então, o acordo está em fase de revisão para ser feita a assinatura. A União Europeia enviou ao Mercosul um documento com “instrumentos adicionais” a serem acrescentados no acordo. São esses instrumentos que Lula classificou como “ameaças”.