O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (21) que elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual. Com isso, ela passa do intervalo de 2,25% a 2,5% ao ano para 3% a 3,25%.
É a quinta alta consecutiva implementada pela autarquia desde o início do ciclo, em março deste ano. Antes disso, os juros estavam no intervalo entre 0% e 0,25%. Os aumentos também são os primeiros desde 2018.
A decisão seguiu as expectativas do mercado, que projeta agora um ciclo ainda mais agressivo por parte do Fed após o dado de inflação de agosto superar as expectativas, com os núcleos, que excluem itens voláteis como alimentos e energia, ainda em alta apesar do dado geral estar desacelerando.
Em comunicado divulgado após a decisão, os dirigentes da autarquia afirmaram que as altas de juros em curso deverão ser apropriadas para levar a inflação de volta à meta, de 2%. Além disso, disseram estarem preparados para ajustar a política monetária conforme for necessário.
A mediana de estimativas para a taxa de juros ao fim de 2022 subiu de 3,4% em junho para 4,4%, indicando altas de juros em magnitudes ainda elevadas neste ano. Para 2023, subiu de 3,8% para 4,6%. A autarquia espera que a inflação medida pelo PCE termine 2022 em 5,4%, mesma previsão de junho.
A taxa de desemprego projetada para este ano subiu de 3,7% para 3,8%. No próximo ano e em 2024, o Fed espera uma taxa de 4,4%. Já a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022 teve um corte significativo, caindo de 1,7% em junho para 0,2%. A previsão é de alta de 1,2% em 2023, com a média de longo prazo mantida em 1,8%.
O Fed afirmou que está “altamente atento” a riscos inflacionários, e comprometido em controlar a inflação. Destacou, ainda, que a geração de empregos tem sido robusta mesmo com os juros maiores, e que a taxa de desemprego permanece baixa, além de indicadores recentes terem apontado crescimento no gasto e produção.
A magnitude de 0,75 p.p. é a maior empregada pelo Fed desde 1994, e o valor já foi empregado em duas altas anteriores em 2022.
O movimento da autarquia reflete um esforço para combater a maior inflação no país em mais de 40 anos. Ela é alimentada por um descompasso entre oferta e demanda e alta de preços de commodities ligados à pandemia e à guerra na Ucrânia, além de uma demanda elevada com uma economia aquecida e baixo desemprego.