A polícia argentina prendeu um homem que tentou atirar na vice-presidente Cristina Kirchner na porta da casa dela na noite desta quinta-feira (1º). O suspeito foi identificado pelo jornal Clarín como um brasileiro de 35 anos de idade. Fontes do governo informaram ao jornal La Nación que o homem seria um cidadão brasileiro identificado como Fernando Andres Sabag Montiel.
Um vídeo registra o momento em que um homem aponta a arma para a vice-presidente e rapidamente é detido.
A tentativa de atirar contra a vice-presidente aconteceu no momento que Kirchner se aproximou da militância que estava de vigília na frente da sua casa no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Nos vídeos, é possível ver que Cristina se abaixa no momento que a arma é apontada. No mesmo instante, seguranças intervêm e conseguem segurar o suspeito.
Segundo relatos da militância ao jornal La Nación e em um dos vídeos do momento, a arma chegou a ter o gatilho apertado, mas nenhum tiro foi disparado. “Estávamos fazendo um cordão de isolamento com os companheiros e de repente, sem dizer uma palavra, o homem apertou o gatilho. Ele colocou o revólver na frente dela”, declararam.
A arma utilizada era um revólver de calibre 32 e estava carregada, disseram as autoridades. Ainda de acordo com o La Nación, a arma tinha a numeração parcialmente raspada e estava “apta a disparar”. Segundo a Interpol, o suspeito não tem antecedentes criminais no Brasil.
O Ministro de Segurança da Argentina, Aníbal Fernández, confirmou ao jornal Clarín que o detido portava uma pistola. Segundo Fernández, ele já havia sido detido anteriormente, em março, por contravenção e porte de arma não convencional. Na ocasião, o homem foi preso com uma faca em sua posse e declarou que era para sua defesa pessoal, segundo fontes de segurança.
O advogado da vice-presidente, Gregorio Dalbón, afirmou que o incidente foi resultado do “ódio” contra Kirchner. “Isso significa que eles usam todas as coisas que dizem para Cristina, todas as ameaças, para meter bala. Obviamente, este é o resultado dos que odeiam ela. Vamos a fundo no assunto porque se trata da vice-presidente”, declarou.
O caso vai ser investigado pela juíza María Eugenia Capuchetti e pelo Ministério Público. Minutos depois do incidente, a polícia federal argentina formou um cordão policial ao redor da residência.
Outros incidentes
Ainda de acordo com o Clarín, na quarta-feira (30), Cristina Kirchner já havia sido hostilizada no mesmo local por um entregador, que a insultou na frente dos militantes ao passar diante da residência. Ele foi preso pela Polícia Federal instantes depois.
As tensões na Argentina cresceram desde o pedido da Promotoria da Argentina de 12 anos de prisão contra a atual vice-presidente por acusações de corrupção, no dia 23 deste mês. Apoiadores fizeram uma vigília na frente da residência de Kirchner para demonstrar apoio à mandatária.
Kirchner afirma que as acusações contra ela se tratam de perseguição judicial e acusa a promotoria e os juízes de atuarem juntos e ferirem os direitos de defesa. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e La Nación.