A Seleção Brasileira feminina de futebol está na grande final dos Jogos Olímpicos de Paris. O Brasil goleou a Espanha por 4 a 2 na tarde de terça-feira (6) no estádio Vélodrome, em Marselha, na França. Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin marcaram para a Canarinho. Duda Sampaio (contra) e Paralluelo descontaram para as atuais campeãs do mundo.
Prata em Atenas 2004 e Pequim 2008, o Brasil vai enfrentar os Estados Unidos, algoz da Seleção nas duas decisões. As americanas derrotaram a Alemanha por 1 a 0 também nesta terça. A disputa pelo ouro está marcada para este sábado (10), às 12h (horário de Brasília).
O Brasil chegou no mata-mata como azarão depois de fazer uma fase de grupos ruim, contando com a ajuda justamente dos EUA para se classificar como um dos dois melhores terceiros colocados. Nas quartas de final, surpreendeu ao bater as donas da casa e favorita França, por 1 a 0, em partida marcada por final dramático, com 18 minutos de acréscimo até o apito derradeiro.
Esta é a terceira vez que o Brasil disputa uma final desde que o futebol feminino passou a fazer parte da programação olímpica e a briga pelo ouro terá clima de revanche. Em Atenas-2004, a seleção perdeu a decisão para os EUA, por 2 a 1, sofrendo gol na prorrogação. Quatro anos depois, em Pequim-2008, as brasileiras venceram todos os seus jogos, mas perderam a partida derradeira, por 1 a 0, novamente pelo time americano. Os EUA ainda venceram o Brasil na final da Copa do Mundo de 2007.
O jogo
Além de Marta, suspensa por cartão vermelho, o Brasil foi para o duelo com a Espanha desfalcada da lateral-direita Antônia, com uma fratura na fíbula, e da lateral-esquerda Tamires, com ruptura ligamentar no tornozelo direito. Favoritas na disputa, as espanholas viram o cenário mudar logo aos seis minutos do primeiro tempo em um lance bizarro. A goleira Cata Coll acabou acertando a na zagueira Irene Paredes ao tentar dar um chutão. A bola foi bateu nas costas da defensora e foi parar no fundo das redes, com o time brasileiro saindo na frente do marcador.
A atual campeã do mundo demonstrou bom trabalho na troca de passes para chegar ao ataque, mas deixou espaços atrás, especialmente pelos flancos. A Espanha fez um primeiro tempo muito ruim, com poucas oportunidades de gol. Já o Brasil fez ótima etapa inicial. O time verde-amarelo levou muito perigo nas escapadas em velocidade de Ludmila pela direita, e foi lúcido quando a atacante Gabi Portilho saiu da área para ajudar na criação. Foi justamente Gabi Portilho quem completou de primeira ótimo cruzamento de Yasmin e ampliou o placar, aos 48.
O segundo tempo iniciou com o mesmo panorama do primeiro: o Brasil criando diversas oportunidades, e a Espanha irreconhecível, com uma atuação pavorosa. A Seleção brasileira perdeu a chance de fazer o terceiro, o quarto e o quinto antes mesmo dos dez minutos da etapa final.
A Espanha melhorou após as substituições e passou a ocupar mais o campo de ataque. Com o placar a favor, o Brasil passou a ficar na defesa para explorar os contra-ataques. As espanholas levaram perigo em cobranças de escanteio e a goleira Lorena entrou em ação, vencendo disputas importantes pelo alto. O time brasileiro poderia ter ficado mais com a bola para não ser tão pressionado, mas acabou ficando vulnerável às investidas do adversária, apesar da má exibição rival.
Com metade do segundo tempo, o Brasil praticamente já não atacava. Hermoso voltou a assustar com chute de longa distância e o clima de tensão voltou a pairar sobre a seleção. Aos 25 minutos, o contra-ataque se apresentou e o a seleção teve a chance de matar a partida. Adriana recebeu livre na grande área, mas acertou o travessão. Na sequência, Gabi Portilho ajeitou de cabeça para Adriana completar para o gol e fazer 3 a 0.
Paralluelo diminuiu o placar, aos 39 minutos, e a Seleção brasileira passou a ser bastante pressionada. Lorena precisou salvar o Brasil com duas grandes defesas. Quando a arbitragem anunciou incríveis 15 minutos de acréscimo, a Espanha voltou a errar. A defesa entregou a bola no pé de Kerolin, que avançou e chutou entre as pernas da goleira para aumentar a vantagem. Aos 56, Paralluelo diminuiu o placar, mas não havia mais tempo para reação.