Nessa terça-feira (17), o Brasil teve uma noite para esquecer nas Eliminatórias da Copa. A Seleção perdeu por 2 a 0 para o Uruguai no Estádio Centenário, em Montevidéu. Essa foi a primeira derrota de Fernando Diniz no comando da equipe. O resultado fez o dono da casa quebrar um tabu de 22 anos sem ganhar dos brasileiros. Núñez abriu o placar no primeiro tempo e De la Cruz ampliou na etapa complementar. Neymar saiu de campo após lesão no joelho.
A Seleção Brasileira sai dessa Data Fifa menor do que entrou. A empolgação com Fernando Diniz por causa das vitórias sobre Bolívia e Peru foi freada bruscamente com as atuações capengas diante de Venezuela e Uruguai.
O Brasil volta a se reunir no mês de novembro para o que devem ser os últimos jogos oficiais de Diniz no comando da Seleção, uma vez que em 2024 há apenas amistosos previstos para o primeiro semestre. No dia 16, em Barranquilla, a equipe pentacampeã mede forças com a Colômbia. No dia 21, o Maracanã será palco do grande clássico com a Argentina.
Jogo
A partida começou com ares de tensão e constantes reclamações contra a arbitragem venezuelana. O Uruguai foi mais incisivo e pressionou a saída de bola da Seleção Brasileira, criando perigo nas proximidades da área. O Brasil produzia descidas esporádicas ao ataque, sempre em velocidade, tendo Vinícius Júnior como protagonista.
A Seleção teve muitas dificuldades para reter a posse de bola ofensivamente e fez um jogo centrado em um único atleta ao longo do primeiro tempo. Se ante a Venezuela, Neymar tomou os holofotes para si, em Montevidéu foi Vini o regente da equipe. Desse modo, os momentos mais agudos do Brasil se reduziram a jogadas individuais. A marcação forte dos uruguaios, com passes interceptados e faltas excessivas, também impediu que o Brasil conseguisse encontrar soluções e boicotou a criatividade da Seleção.
A proatividade uruguaia gerou bons frutos, ainda que no apagar das luzes da etapa inaugural. Em uma jogada pela esquerda, Maxi Araújo, em velocidade, ganhou da marcação e fez o cruzamento. Marquinhos errou na marcação, e Darwin Núñez anotou de cabeça o primeiro gol do jogo, na primeira finalização do duelo.
Neymar que vinha tendo uma atuação apagada, se lesionou logo após o gol. O atacante torceu o joelho esquerdo e precisou ser substituído. A suspeita é de uma contusão grave, mas exames de imagem poderão atestar o que ocorreu.
Com Richarlison no lugar de Neymar, Diniz tentou aumentar a presença brasileira no setor de ataque, recuando Gabriel Jesus e deixando o atacante do Tottenham como referência. Dada a desvantagem no placar, a Seleção se soltou um pouco mais, mas ainda faltou objetividade.
Aos 24 minutos do segundo tempo apareceu o lance mais perigoso brasileiro contra a meta uruguaia. Rodrygo bateu falta de longe e a bola carimbou o travessão. Diniz abriu mão do lateral Yan Couto e colocou o atacante David Neres em campo. O efeito pouco pôde ser sentido, porque logo o Uruguai ampliou o placar.
Após cobrança de lateral em direção à grande área, os zagueiros do Brasil se atrapalharam e permitiram que Núñez, caindo, pudesse achar De la Cruz no meio da área. O meia do River Plate só teve o trabalho de estufar a rede em Montevidéu. Empolgados, os torcedores uruguaios passaram a gritar “olé” a cada vez que a equipe celeste tocava na bola.
Ficha técnica
– Uruguai: Rochet; Nández (Bruno Méndez), Ronald Araújo, Cáceres e Mathías Oliveira (Viña); Valverde, Ugarte e De la Cruz; Pellistri (Piquerez), Maxi Araújo (Vecino) e Darwin Núñez. Técnico: Marcelo Bielsa.
– Brasil: Ederson; Yan Couto (David Neres), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto (Guilherme Arana); Casemiro, Bruno Guimarães (Raphael Veiga) e Neymar (Richarlison); Vinícius Júnior (Matheus Cunha), Rodrygo e Gabriel Jesus. Técnico: Fernando Diniz.
– Arbitragem: Alexis Herrera (VEN), Alberto Ponte (VEN), Antoni García (VEN) e Juan Soto (VEN).