As instituições financeiras retiraram as anotações negativas (desnegativaram) de cerca de 6 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100, no programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 10 semanas, foram registrados R$ 14,3 bilhões em volume financeiro negociados, exclusivamente pela Faixa 2, no qual os débitos bancários são ajustados diretamente com a instituição financeira em condições especiais.
Entre 17 de julho e 22 de setembro, o número de contratos de dívidas negociados chega a 2,03 milhões, beneficiando um universo de 1,6 milhão de clientes bancários.
“O Programa Desenrola é um instrumento bastante relevante de renegociação de dívidas, atendendo ao momento delicado das finanças das famílias brasileiras”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Leilões
Começou nessa segunda-feira (25) uma nova fase do programa. Segundo o Ministério da Fazenda, nesta semana, as empresas inscritas no programa devem informar ao governo qual desconto estão dispostas a conceder para os consumidores com dívidas.
Quem oferecer os maiores descontos terá a garantia do programa. O governo espera uma média de 58% para o desconto mínimo.
Os leilões dessa garantia oferecida às empresas serão feitos por lotes, de forma a agrupar dívidas de perfis semelhantes. Por exemplo: setor de atuação da empresa (como água, energia e telefone), valor das dívidas, tempo de negativação, entre outros.
Em um segundo momento – provavelmente, a partir da próxima semana –, os consumidores poderão verificar se suas dívidas foram inscritas no programa e qual o desconto oferecido. Para isso, será preciso ter uma conta gov.br.
Conforme o ministério, poderão ser renegociados quase R$ 79 bilhões de dívidas de até R$ 5 mil, beneficiando cerca de 30 milhões de pessoas.
Medida provisória
Também nessa segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai se reunir nos próximos dias com o relator da medida provisória (MP) do Desenrola, senador Rodrigo Cunha (Podemos) para que o tema seja votado o quanto antes.
A MP vence em 3 de outubro. Caso o tema não seja apreciado, o programa pode ser paralisado. “É imprescindível a votação da MP porque ela caduca antes do término do programa. Tem que ser votada. Já foi votada na Câmara, é só votar no Senado”, afirmou.
“Agora você faz o leilão reverso, de quem dá mais desconto e tem maior chance de reaver o crédito. Então é uma semana do credor. Depois que vamos abrir para os devedores concordarem ou não com os descontos concedidos e fazer a contratação do parcelamento se for o caso”, explicou Haddad.
O relator pretende fazer algumas alterações, o que levaria o texto de volta à Câmara. Há a elaboração de um projeto de lei para o Desenrola, mas não haveria tempo suficiente para apresentar e votar antes da MP caducar.